Francisco Dandão
Nascido na cidade de Olímpia, no interior do estado de São Paulo, no dia 26 de março de 1979, o cidadão Ismael Tavares Gomes desde menino demonstrou sua habilidade com uma bola de futebol. Tanto que logo após chegar à adolescência ele deixou a sua terra natal para integrar as equipes de base do Novorizontino, de Novo Horizonte, 103 Km distante de Olímpia.
Ambidestro, Ismael inicialmente era escalado como armador, posição na qual jogou todo o tempo em que permaneceu na base tanto no Novorizontino quanto no palestra de São José do Rio Preto (infantil). Só algum tempo depois de ser promovido à categoria profissional é que ele assumiu a posição de volante, onde permaneceu até o final da carreira.
O craque estava com 18 anos quando foi relacionado para um jogo do seu time contra o Santo André. “Isso aconteceu em 1997. O nosso técnico era o professor Douglas e o titular na minha posição era o Edmilson, de apelido Tiquinho. Na época era muito difícil sair da base e ir logo jogando. Dessa forma, eu tive que ficar no banco durante algum tempo”, disse Ismael.
Mas o Novorizontino não foi o único clube que ele jogou no futebol paulista. Ele também defendeu Inter de Bebedouro (1999), Olímpia (2000), Botafogo (2001), Batatais (2002) e Ponte Preta (2004). Fora de São Paulo, Ismael jogou por Ceilandense-DF (2010), Ulbra-RS (2008), Ulbra-RO (2008), Universidade-SC (2009) e São Raimundo-AM (2004, 2005 e 2006).
A transferência para o futebol acreano
Ismael se transferiu para o futebol acreano em 2003, a convite do treinador Ulisses Torres. “Eu havia trabalhado com o professor Ulisses no Batatais, em 2002. Aí, no ano seguinte, quando ele assumiu como técnico do Rio Branco, me chamou para vir ajuda-lo. Eu topei e acabei passando uma boa parte da minha carreira com a camisa do Estrelão”, falou o ex-volante.
Foi no Rio Branco que Ismael viveu a maior alegria e a maior decepção da sua carreira. “Foram muitos jogos memoráveis, mas se eu tivesse que escolher um, seria aquele 3 a 2 contra o Bahia, pela Série C de 2007. A maior decepção deu-se em 2009, quando empatamos com o ASA, na Arena, em 2 a 2. Um empate sem gols nos levaria à Série B”, disse Ismael.
Depois do Rio Branco, onde jogou nas temporadas de 2003, 2004, 2007, 2009, 2010, 2011, 2012 e 2013, Ismael vestiu a sua segunda camisa em solo acreano: a do Atlético, em 2014. Foi a sua despedida como futebolista. Aos 35 anos o craque entendeu que sua condição física não era a mesma. Em 2015 ele assumiu por breve período o comando técnico do Galo.
“Foi uma experiência interessante a minha passagem como treinador do Atlético, posto que assumi a convite do presidente Edson Izidório, pessoa pela qual tenho muito respeito. O time foi bem na primeira fase, se classificando em primeiro lugar. Infelizmente não chegou à final. Acabei parando porque enfrentei dificuldades enormes”, garantiu Ismael Gomes.
Nomes em destaque
Ismael considerou difícil escalar uma seleção acreana de jogadores do seu tempo. Mas acabou citando alguns atletas que estariam nesse time, tratando de se incluir na lista: “Marcelo Cruz, Ley, Dudu, Ismael Marquinhos, Ananias, Wallace, Zé Marco, Doca Madureira, Testinha, Marcelo Brás e Juliano César. Quem for escalar que quebre a cabeça”, disse.
Como melhor treinador, ele escolheu um profissional regional e outro nacional: o amazonense João Carlos Cavallo que, segundo Ismael, “era excepcional do ponto de vista tático”, e o paulista Nelsinho Batista que, na opinião do ex-craque, “via muito bem o jogo”. Nos quesitos melhor dirigente e árbitro, ele citou, respectivamente, Natal Xavier e Antônio Neuricláudio.
Sobre o caminho que o futebol acreano deve trilhar para subir no cenário nacional, Ismael disse que “numa determinada época o Acre já viveu momentos de glórias com os seus times. Quem presenciou esses momentos acreditou que a tendência era evoluir. Infelizmente houve uma regressão. É preciso apoio e investimento empresarial. Sem isso é muito difícil crescer.”
Por último, Ismael afirmou que ainda pretende trabalhar com o futebol no futuro, “mas não, necessariamente, como treinador”. Enquanto isso não acontece, ele vai tocando a vida na sua nova ocupação, no ramo das óticas, na mesma Rio Branco que um dia o recebeu. “No mais, só quero continuar adquirindo conhecimento, independente da área em que estiver”, concluiu.