Cada time espalhado por esse mundão de meu Deus teve um jogador em algum momento da sua história que permanecerá vivo para sempre na memória dos seus torcedores. Um “monstro” cuja importância para o clube foi tanta que ele acabou se tornando um jogador símbolo para a eternidade.
Alguns jogadores exibiram tanta técnica e competência que se tornaram símbolos para mais de um clube. Me lembro de três enquanto escrevo: Pelé, no Santos e no norte americano New York Cosmos; Rivelino, no Corinthians e no Fluminense; e Zico, no Flamengo e no italiano Udinese.
Trazendo aqui para o cenário regional e, naturalmente, guardadas as devidas proporções, eu me peguei pensando em quais jogadores poderiam ser eleitos como símbolos dos mais tradicionais times do Acre. Aqueles inesquecíveis defendendo Rio Branco, Atlético, Independência e Juventus.
Por minha “conta e risco” (expressão que eu acabei de inventar, ainda que o Luciano Huck viva repetindo na televisão), de acordo com as minhas memórias, eu elegi os seguintes craques símbolos: Touca (Rio Branco), Dadão (Juventus), Bico-Bico (Independência) e Euzébio (Atlético Acreano).
Nas décadas de 1950 e 1960, o atacante Touca brilhou tanto com a camisa do Rio Branco quanto da seleção acreana. Quem o viu em ação (eu só vi já em final de carreira), garante que dificilmente existirá outro jogador no futebol do Acre com tanta qualidade para mandar a bola paras as redes.
Quanto ao Dadão, que chegou a vestir a camisa do Fluminense carioca, este reinou absoluto em todos os gramados da Amazônia nos anos das décadas de 1970 e 1980, defendendo principalmente o Juventus. Esse jogava tanto que tornou-se (re)conhecido como o “deus do futebol acreano”!
Já o Bico-Bico (sobrinho do Touca, por sinal), ponteiro-direito, infernizou os laterais adversários com rara habilidade e velocidade incomum. Nenhum torcedor tricolor do Acre que o viu jogar vai deixar um dia de venerar o seu nome ou esquecer a sua magia com a bola nos pés.
E no que diz respeito ao Euzébio, como os atleticanos que frequentavam o estádio José de Melo na década de 1970 esqueceriam desse armador de passada larga e de chute potente que cansou de fazer gols da intermediária? Falso lento, Euzébio cruzava o campo num piscar de olhos.
É isso, meus caros leitores. Na minha opinião esses quatro ex-jogadores do futebol acreano encarnam como nenhum outro o conceito de símbolos dos clubes citados. Mas essa é só a minha lista. Cada um tem, certamente, as próprias escolhas. Acabem de ler e tentem fazer a sua lista.