Das 40 partidas da primeira rodada da Copa do Brasil deste ano no formato de apenas um jogo, 27 visitantes se classificaram à segunda fase – sendo que sete clubes desse grupo superaram o adversário no critério de empate, se favorecendo do novo regulamento. Isso significa que 67,5% deles foram adiante no torneio.
Na Copa do Brasil do ano passado, na primeira fase, ocorreram também 40 confrontos. No total, 29 visitantes passaram à segunda fase. Ou seja, 72,5% deles. Aqui ressalta-se que o regulamento previa dois jogos se o visitante não vencesse a primeira partida fora por um diferença de dois gols.
Pela comparação de um ano para outro, pode-se dizer que a partida única, em princípio, beneficiou menos o visitante – embora dois jogos desta fase este ano tenham sido marcados em campo neutro por conta da venda da partida a empresários.
Uma das reclamações mais contundentes ao novo regulamento foi do técnico do Bahia, Guto Ferreira, que repito aqui: “Acho péssimo porque as pessoas simplificaram de uma forma muito gritante. Para oferecer essa situação eles tinham que dar condições melhores. Não vai ser o nosso caso nesse sentido. Não existe fiscalização sobre gramado. Se a gente jogasse contra o Altos, teríamos o trabalho comprometido. O Bahia até agora não conseguiu a bola da competição para treinar. Cada competição é uma bola, cada bola tem um peso e isso faz diferença no jogo. Vamos ter que nos adaptar momentos antes ou já na partida. A empresa que fornece à CBF tinha que ter a sensibilidade de fornecer a bola para todos os seus representantes e não para a equipe mandante. Já começa a criar um desequilíbrio”.
O Bahia enfrentou o Sergipe pela primeira fase da competição e, atuando fora, venceu a partida por 2 a 0.
O técnico do Figueirense, Marquinhos Santos, foi outro que mostrou preocupação com o novo regulamento. O clube enfrentou o Rio Branco no Acre e perdeu – por acaso, Marquinhos, menos por essa partida e mais pelo início de campanha ruim no Campeonato Estadual de Santa Catarina, foi demitido. Sobre o regulamento da Copa do Brasil, o ex-técnico do clube catarinense definiu como “traiçoeiro”, onde não se poderia vacilar em nenhum momento, para não ser eliminado.
A segunda fase da Copa do Brasil também será de jogo único – depois volta o critério de partida de ida e volta, mesmo que o visitante obtenha no primeiro jogo vitória com dois gols de diferença.
Assim, novas emoções aos técnicos, clubes e torcedores devem vir por aí. Daí, ficará mais claro avaliar o novo regulamento e o que ele trouxe ou não de benéfico ao futebol.