Com a divulgação dos nomes dos 23 jogadores que formarão o time do Brasil na Copa de daqui a pouco, pode-se dizer que foi dada a largada para mais uma tentativa de conquista do hexacampeonato mundial. Para o bem ou para o mal, são os atletas anunciados que representarão a nação brasileira no confronto com os outros 31 países envolvidos na disputa.
Como de praxe, não há unanimidade no que se refere aos convocados. Numa enquete realizada por um site logo após o anúncio dos nomes, o resultado foi de 55% de desaprovação. Mas não existe novidade nisso. São milhões os “técnicos” de futebol espalhados pelos quadrantes do país. Milhões de palpiteiros. Não poderia mesmo haver unanimidade!
Eu mesmo, caso me fosse dado o direito de opinar na convocação, jamais chamaria o goleiro Júlio César, hoje relegado a titular de um time do futebol canadense, país sem nenhuma tradição nesse tipo de atividade e para onde, no mais das vezes, só vai atleta em fim de carreira e sem vaga em centros mais adiantados. Um paradoxo a convocação dele, eu diria.
Igualmente, jamais chamaria o atacante Jô, que no meu entendimento é um jogador de pouquíssima mobilidade e praticamente nenhuma técnica. Ele fez gols na Copa das Confederações, é verdade. Ele é uma opção para o cabeceio, dada a sua estatura, também é verdade. Mas, em contrapartida, numa eventual tabela com ele, a bola vai voltar invariavelmente quadrada.
Sobre quem se poderia convocar para o lugar desses dois? Inúmeros. Na posição de goleiro existem pelo menos uns quatro em melhor forma do que o Júlio César. Fábio, do Cruzeiro; Diego Cavalieri, do Fluminense; Marcelo Grohe, do Grêmio; e até o veterano Dida, do Internacional. E para a vaga de centroavante, penso que até o Adriano Imperador seria mais útil.
Naturalmente, o técnico Luis Felipe Scolari chamou os homens da sua confiança. A concepção de jogo é dele. E isso tem que ser levado em conta e respeitado. Ainda mais quando, examinando-se o currículo do citado treinador, encontram-se os títulos que ele conquistou, geralmente sendo evidenciado mais o conceito de família do que de time de futebol.
Como o que está feito, feito está, não nos resta outra coisa que não seja torcer (e rezar) pelo sucesso dos convocados. Inclusive, no meu caso, do Júlio César e do Jô. Tomara eles possam provar que eu estou enganado. Desconfio deles, mas o meu desejo é que o Júlio César defenda todas as bolas impossíveis e que o Jô acerte todos os chutes de curvas improváveis.
Por último, para fechar essas mal traçadas, preciso externar uma coisa com a qual não posso concordar: a frase do Felipão Scolari de que irá “até o inferno” com os seus jogadores. Pra mim, isso soa como um prenúncio de fracasso. Melhor seria o técnico ter dito que estava preparado para “chegar ao paraíso” com os seus convocados! Seria muito melhor!
Francisco Dandão