Dividi minha atenção nesse jogo de domingo passado, do Rio Branco com o Fast, na Arena da Floresta, entre o que acontecia em campo e o desempenho do técnico do time visitante Aderbal Lana, um mineiro de Uberlândia que se mudou para a região Norte do país na década de 1980.
Aderbal Lana, aos 72 anos, é uma dessas lendas vivas do futebol amazonense. Já dirigiu tudo que é time grande de Manaus. E teve também experiências no futebol mineiro, goiano e mato-grossense, andando até pela Arábia Saudita. Um gentleman bom de discurso e de olhar pra lá de arguto.
Na beira do campo, Lana fala o jogo inteiro, orientando o posicionamento do time e incentivando os seus jogadores. Nesse grupo atual do Fast, percebi que o jogador com quem ele mais fala é o meia Willian Sarôa. Talvez pela boa técnica e pela larga experiência do dito cujo.
Depois do jogo, troquei algumas palavras com o Lana. E fiquei agradavelmente surpreso com o fato de ele conhecer o meu trabalho. Disse que lê as minhas crônicas nos sites. Mas não tivemos muito tempo para conversar. E assim ficamos de nos encontrar qualquer dia para esticar o papo.
No que diz respeito ao jogo…Que jogo ruim. Desse eu preferia nem falar. Passar uma borracha, deletar, deixar pra lá. Pense num jogo ruim, multiplique por três ou quatro… Pensou? Multiplicou? Pois acredite, meu leitor amigo, ainda assim você não consegue imaginar o que aconteceu.
O Rio Branco, pelo meu julgamento e observação, passou a ideia de que reuniu os jogadores apenas momentos antes da partida. Os caras, apesar do esforço (não se pode reclamar desse aspecto), não se encontram dentro do campo. Parece que não se conhecem e que cada um joga só por si mesmo.
Aliás, essa opinião não é somente minha. O cronista Paulo Henrique Nascimento chegou a dizer para um torcedor que esse time atual do Rio Branco é tão fraco que nem todos os torcedores se ajoelhando um mês em cima de caroços de milho, como penitência, nem isso resolve a parada.
No meu entendimento, a Série D desse ano já acabou para o Rio Branco. Nem tanto pelos pontos que ainda faltam disputar (matematicamente não tem nada perdido), mas pelo que o time não jogou neste compromisso recente contra o Fast. Não vi nada que pudesse me dar alguma esperança.
A situação se configura tão periclitante que até o Ari Nauá, vencedor da primeira corrida pedestre disputada no Acre, que não perde um só jogo, com ou sem chuva, torcedor fervoroso de todos os times do estado, já jogou a toalha. “Professor, não tem reza de padre velho que dê jeito”, disse-me ele.