Segunda-feira passada, 11 de setembro, e eu me dei conta que já se foram cinco anos desde a morte do major Adel Derze, um dos maiores dirigentes do futebol acreano dos tempos do amadorismo. Aliás, ressalte-se que ele não esteve tão somente ligado ao futebol, mas ao esporte em geral.
Para falar a verdade, a primeira experiência do major como dirigente esportivo nem foi mesmo no âmbito do futebol. A iniciação dele no esporte se deu através do boxe, no Atlético Acreano, convidado por um professor chamado Chile, que apareceu em Rio Branco no início da década de 1970.
Dessa incursão inicial do major na seara esportiva surgiu um dos primeiros atletas a representar o Acre com algum brilho em competições nacionais, na figura de um lutador de nome Lourenço, que era um jovem de compleição física avantajada, a quem foram ensinados os segredos do boxe.
Só depois disso é que o major ingressou no mundo do futebol, atuando inicialmente no Independência, clube pelo qual ele declarava amor eterno. O major, a propósito, segundo palavas dele mesmo, adorava a vida em cores. Por conta disso, ele torcia por todos os times tricolores do Brasil.
Da direção do Independência, o major Adel Derze chegou à então Federação Acreana de Desportos (FAD). Primeiro, como vice do presidente Carlos Alberto Simão Antônio, cargo em que permaneceu pouco tempo. Em 1974, ele assumiu a cadeira maior da grande mentora do esporte no Estado.
E foi nessa condição de presidente da FAD que o major materializou aquela que seria, talvez, a sua maior realização no futebol regional: a criação do Copão da Amazônia, competição cuja primeira edição ocorreu em 1975, reunindo equipes de todos os estados e territórios da região Norte.
Esse Copão da Amazônia, que foi uma iniciativa conjunta do major Adel Derze e do presidente da federação de Rondônia, Vinícius Danin, durante mais de dez anos (1975-1988) se transformou no principal torneio dos times amadores do Norte do país. Craques lendários jogaram o Copão!
Poucos meses antes de o major morrer, eu tive a oportunidade de conversar com ele durante uma tarde inteira, na sua residência, ali no início da rua Silvestre Coelho, no bairro do Bosque. Apesar dos 82 anos que ostentava, o velho major exibia plena lucidez e uma memória prodigiosa.
Ele sabia de cor e salteado a escalação de antigas formações do Independência, assim como recitava com incrível precisão datas, lugares e nomes de pessoas que foram protagonistas no futebol acreano. Eterno major. Viveu em destaque e cumpriu bem sua missão… Requiescat in pace!