O futebol brasileiro voltou a apresentar sinais em 2017 que caminha para um momento difícil dentro e fora de campo, que somente com a conquista da Copa da Rússia poderá reverter à situação – ou pelo menos dar um alento ao torcedor de que ainda tem chances de buscar dias melhores.
A falta de base no futebol brasileiro se mostrou na prática esse ano, mais uma vez, como um dos principais problemas. O Brasil foi por anos um vencedor de torneios mundiais nas categorias de formação de jogador. Mas o País degringolou e nem torneios sul-americanos conquista mais com tanta frequência como o fez no passado.
Esse ano a seleção brasileira sub-17 caiu na semifinal do campeonato mundial. Já a equipe sub-15 perdeu a decisão contra a Argentina no mês passado no torneio sul-americano da categoria.
Para completar, o Mundial Sub-20 de 2017 o selecionado nacional nem participou, por que não conseguiu se classificar para a competição, depois de uma frustrante participação no torneio Sul-Americano classificatório no início desse ano.
O Campeonato Brasileiro foi exemplo do calendário absurdo do futebol por aqui. As rodadas num dado momento do segundo turno da competição mostrou equipes com pouca condição física e baixa capacidade de recuperação.
O campeão Corinthians terminou o Brasileirão de forma muito fria, com o time absolutamente combalido – e que quase perdeu o título pelo desgaste, mas como seus principais adversários também sofreram com isso, a equipe paulista não teve empecilhos maiores para chegar à frente.
É preciso rever esse excesso de jogos, deslocamentos e competições. Que o diga o Flamengo, que entrou em campo em 2017 nada mais nada menos que 83 vezes.
Soma-se a isso ao deprimente retrato da decisão no Maracanã, na Copa Sul-Americana, com invasão de torcedores no estádio, desorganização e violência. Dentro de campo, um time de jogadores imaturos e irregulares – característica, aliás, que marcou a atuação da maioria dos atletas dos clubes da Série A do Campeonato Brasileiro.
Salvou-se talvez o Grêmio, pela conquista da cobiçada Libertadores. Mas não foi páreo para a força do Real Madri, apesar do enorme esforço.
A Europa, que já dominava a organização do futebol fora de campo, hoje está absolutamente com o controle do esporte também dentro dele.