Acho interessantes listas que falam dos melhores disso ou daquilo. Penso que as listas são sempre um bom instrumento para comparar as diversas percepções. E acho particularmente interessante como os escolhidos variam sempre que mudam as cabeças que escolhem os nomes das tais listas.
Um dia desses, por exemplo, quando eu participei, via internet, do programa Bancada do Esporte, na Ecoacre TV, fui instado, pelo cronista Chico Pontes, a escolher os cinco maiores jogadores do futebol acreano em todos os tempos. Isso assim, de súbito, sem quase tempo para reflexão.
Aí, não mais que de repente, eu fui falando nomes debons jogadores que foram surgindo na minha cabeça. E então, a minha lista ficou com Dadão (o maior de todos, levando-se em conta a década de 1970 pra frente), Touca (ídolo inconteste dos torcedores mais antigos), Espanhol, Duda e Testinha.
O Espanhol, justifico a minha escolha, foi um goleiro que apareceu no Acre, ninguém sabe muito bem vindo de onde, e passou uns dois anos vestindo a camisa do Rio Branco. Apesar de não ser muito alto, era um fenômeno debaixo das traves. Era dono de uma agilidade fora do comum.
O Duda, lateral-esquerdo, filho do ex-zagueiro Bararu, possuía uma habilidade absurda na perna esquerda. Defendia e atacava com a mesma desenvoltura. Invertia o papel com os ponteiros adversários e não raro os driblava para sair jogando. Além disso, era um exímio cobrador de faltas.
Enquanto isso, o Testinha, temporalmente o mais próximo da gente, pode-se dizer que foi um cracaço. Ainda menino se tornou titular do Rio Branco e, muito cedo, migrou para times de fora do estado. Só não teve mais sucesso por conta de um problema no joelho, quando estava no Coritiba.
Depois de mim, o Chico Pontes falou os cinco nomes da lista dele, fruto de, talvez, uma longa reflexão. Não lembro todos os cinco nomes que o Chico mencionou. Só lembro que os dois nomes que ele concordou da minha escolha foram os de Dadão e Touca. Os outros três bem diferentes.
Quanto à minha própria lista, provavelmente se eu fosse outra vez instado a dizê-la, um ou outro nome seria substituído. Ou então, talvez eu considerasse uma impossibilidade a tarefa. Citei cinco, mas tenho convicção que deixei de fora pelo menos outros 20 que poderiam ter sido citados.
E já que falei nisso vou aproveitar para dizer outros nomes que poderiam muito bem ter entrado naquela minha lista: Bico-Bico (ponteiro), Euzébio (meia), Artur (atacante), Curica (zagueiro), Antônio Maria (lateral), Mariceudo (meia), Mauro (lateral), Weverton (goleiro)… E muitos outros!