Escrevo na manhã de sábado, algumas horas antes do show da diva Madonna, nas areias de Copacabana, pertinho do lugar onde eu armei a minha rede, desde outubro de 2022. O bairro está numa agitação como nunca se viu antes por aqui. Nem quando é carnaval, nem quando é Réveillon.
Tudo é festa nas imediações do Copacabana Palace, local onde a comitiva da artista está hospedada. Uma multidão se aglomera em frente do hotel, esperando que ela ponha pelo menos uma pontinha do nariz na janela. A maioria fantasiada e cantando os sucessos que tornaram a cantora famosa.
Eu, da minha parte, devo confessar baixinho aqui (pra ninguém ouvir) que não sou, nem nunca fui, fã da Madonna. Nem dela nem da maioria das grandes estrelas internacionais incensados pela mídia. Madonna, Michael Jackson, Bob Marley, tudo gente boa. Mas nenhum fez a minha cabeça.
Em matéria das minhas preferências, essas três criaturas citadas aí no parágrafo anterior estão em desvantagem com gente como os Beatles (aqueles quatro cabeludos ingleses de Liverpool – lembram-se deles?), como Fred Mercury, como Bob Dylan, como Stevie Wonder etc. e coisa tal.
Na minha juventude, inclusive, virei fã de um instrumentista inglês chamado Rick Wakeman. Esse cara tocava rodeado de teclados e criava sinfonias alusivas a temas como viagens sonoras ao centro da terra, às aventuras do rei Arthur e os cavaleiros da távola redonda e por aí afora.
Independentemente das minhas preferências musicais internacionais, porém, é certo que serei uma das milhões de pessoas que estarão na noite deste sábado vendo a performance da Madonna. Bem de longe do palco, é claro, que vai ser impossível chegar a alguns metros da deusa platinada.
Por precaução, não poderei fazer registros do evento, uma vez que deixarei em casa o celular e a câmera fotográfica. Aliás, para não correr riscos desnecessários, minha intenção é ir ao show vestindo somente uma tanga de banho, uma camiseta surrada e um par de velhas chinelas havaianas.
Dizem que vai ter um exército de policiais fazendo a segurança dos espectadores, munidos de armas de choque, bombas de gás lacrimogênio, balas de borracha, além de milhares de câmeras para flagrar os malandros de toda a espécie. Embora seja um espetáculo, a operação policial é de guerra.
É por aí a perspectiva do fim de semana. Fora isso, a mim só resta torcer para o Rio Branco e o Humaitá se darem bem na segunda rodada do Campeonato Brasileiro da Série D. E se eu sobreviver, na próxima crônica conto como foi a minha saga no show da Madonna em Copacabana!