Maior glória do esporte em 2014 deve vir em dezembro

A grande vitória do esporte brasileiro em 2014 pode ainda estar por acontecer. E deve ser entre 8 e 20 de dezembro, em Pipeline, no Havaí, na última etapa da divisão de elite do surf mundial.

Caso Gabriel Medina consiga superar seus adversários, ele será o primeiro brasileiro a conquistar o World Championship Tour (WCT). O Brasil nunca venceu o principal campeonato mundial de surf, embora o esporte seja popular em todo o litoral brasileiro – inclusive uma etapa do WCT acontece em solo nacional.

Conheça mais sobre Gabriel Medina aqui. Vale a pena saber sobre sua rápida e impressionante trajetória à elite do surf.

Desde que foi criada a competição mundial, há décadas, os brazucas nunca conseguiram se dar bem, transformando o caso em uma sina. Afinal, são 8 mil km de praias. Não é possível que dessas águas não saía um campeão do mundo.

Os brasileiros já conquistaram a segunda divisão do surf mundial, o World Qualifying Series (WQS), inclusive no feminino, e também outras premiações distribuídas pela FIFA do surf, a Association of Surfing Professionals (ASP).

Mais o paulista Gabriel Medida está perto de levar o título mais importante. Lidera o ranking e quase ficou com o campeonato na penúltima etapa da competição, em Portugal.

Vive a ansiedade de se consagrar no esporte brasileiro, mais do que seus compatriotas Fábio Gouveia, Teco Padaratz e alguns poucos que tiveram reconhecimento internacional – embora sem conquistarem o circuito mundial.

A vitória colocará Gabriel Medina em um patamar diferente no mundo da celebridade esportiva no Brasil. Ganhará generosos espaços na mídia brasileira e também norte-americana, onde o esporte tem grande cobertura da imprensa e produziu o maior campeão de todos os tempos: Kelly Slater.

O título o fará transformar-se em uma espécie de redentor do esporte muito conhecido no País, mas com baixo profissionalismo e resultados. Caso conquiste o WTC, terá papel importante de defender um projeto mais estruturado ao surf em sua terra natal. Mas é preciso alinhar com entidades locais uma estratégia para isso.

O tenista Guga, que conquistou fama internacional, reclamou depois que a federação não aproveitou o bom momento levado por ele ao esporte para crescer no País. O tênis praticamente voltou a penúria do passado. Temo acontecer o mesmo com o surf.

Augusto Diniz