Existem muitas maneiras de uma equipe encarar um jogo de futebol. A depender de inúmeros fatores, como material humano disponível, por exemplo, uma equipe pode jogar um futebol vistoso e eficiente, ou vistoso mas sem grande eficiência, ou eficiente sem encher os olhos de ninguém.
O ideal de todo torcedor, naturalmente, é ver o seu time cheio de craques, jogando sempre no sentido vertical e transformando técnica em resultado, de preferência traduzindo todos esses ingredientes em muitos gols. Golear jogando bem, com lances de efeito, esse é o mundo perfeito.
Não sendo possível jogar assim tão bem, dá para se contentar com vitórias em série. A desculpa nesse caso é a de que o futebol deve ser pragmático, pouco importando a plasticidade das jogadas. Afinal de contas, gol de canela ou de barriga vale a mesma coisa que um outro de bicicleta!
Para o time que joga bem, domina o adversário, mas acaba sendo derrotado, entretanto, é insuportável o resultado. Até que venha a partida seguinte, jogadores e torcedores costumam lamentar a derrota. Ninguém entende, nessas situações, o quanto o futebol pode ser tão, digamos, injusto.
No que diz respeito à seleção brasileira, já houve times de todos os jeitos. O time de 1982, que disputou a Copa do Mundo da Espanha, comandado pelo mestre Telê Santana, recheado de craques, deu espetáculo nos campos europeus. Mas acabou eliminado por uma Itália bem medíocre.
Ou então, lembrando de um desastre pior, aquela seleção brasileira que perdeu a final da Copa do Mundo de 1950, em pleno Maracanã, para os uruguaios. O Brasil deu show até a partida semifinal. Aí então, de repente, não mais que de repente, o Uruguai levou a taça dando chutão e trombada.
Em compensação, o Brasil também já escalou uma seleção que jogava demais e, simplesmente, atropelou os adversários. Caso daquele time de 1970, tricampeão mundial em gramados mexicanos. Cracaços que jogavam bonito e com o máximo de eficiência. Espetáculo para os olhos e corações.
E também, ainda em compensação, invertendo as perspectivas, esse mesmo Brasil já levou um “caneco” pra casa com uma seleção, digamos, pouco convincente. O time do tetra, nos Estados Unidos, venceu, ficamos felizes (é claro), mas jamais atendeu às exigências do chamado futebol-arte.
Quanto à seleção brasileira atual, essa tem jogado bem e com muita eficiência. O técnico Tite conseguiu aliar a técnica dos seus convocados a um futebol inteligente, veloz e de busca incessante pelo gol. Tem sido assim desde que Tite assumiu. Tomara continue assim até a Copa da Rússia.