Medalha do acreano na Paraolimpíada fez o coração trabalhar dobrado

A história do acreano Edson Pinheiro até a medalha de bronze é tão digna e emocionante como muitas nos Jogos Paraolímpicos. Isso não diminui em nada o seu feito, pelo contrário, mostra com clareza como o esporte pode transformar a vida das pessoas e tornar exemplo de persistência e vitória.

Filho de “soldado da borracha”, Edson conquistou o bronze nos 100 metros rasos da classe T38. Na adolescência, enfrentou o trabalhou braçal do interior para ajudar em casa, embora sofresse de paralisia cerebral.

Antes da Rio 2016, o atleta havia tentado (sem sucesso) o feito nas Paraolimpíadas de Pequim (2008) e Londres (2012). Edson é esportista de alto rendimento. Já tinha provado isso ao ser tricampeão dos Jogos Parapan-Americanos e conquistado medalhas em mundiais da categoria. Mas faltava na galeria esse grande momento.

Histórias como a dele, de superação, dedicação e esforço acima da média, se alastram pelo mundo esportivo. Quando vemos que isso acontece no mundo para-esportivo, é difícil esconder ainda mais o respeito.

Assombrou o mundo o para-atleta que venceu uma prova de 1.500 metros nos Jogos Paraolímpicos do Rio dias atrás. O tempo do ganhador da medalha de ouro, o argelino Abdellatif Baka, é menor do que o vencedor da mesma prova nos Jogos Olímpicos do Rio realizado em agosto. Apenas isso!

Um levantamento um pouco mais detalhes dos resultados das Paraolimpíadas, verifica-se outros dados surpreendentes. O caso de Baka não é excepcional, quando se observa que vários medalhistas paraolímpicos têm resultados semelhantes a esportistas que participaram dos Jogos Olímpicos em algumas modalidades – onde confrontos acirrados ocorrem com atletas reconhecidamente premiados e cortejados pela mídia e o público.

Não há como contestar um megaevento poliesportivo desse porte. É de colocar o coração para trabalhar dobrado na hora das inúmeras disputas. Os feitos são a prova de que os limites não são aqueles apenas figurados em recordes, mas nas ações de cada um em estar ali, na linha de partida, na linha de chegada – e principalmente no pódio, como o de Edson Pinheiro.