Morte na praia

No momento em que cometo este texto, manhã de terça-feira, resta uma vaga a ser preenchida para a Copa do Mundo do Catar, em novembro deste ano. Uma decisão nervosa entre Costa Rica e Nova Zelândia. Eu poderia escrever depois do jogo, mas eu sou chegado numa adivinhação.

E assim, por conta desse meu gosto extravagante de tentar antecipar o que virá no futuro imediato, eu digo que vai dar Costa Rica. Mas é só uma premonição mesmo, sem base acadêmica ou científica alguma. Talvez eu ache isso por conta da proximidade geográfica nossa com o país deles.

Ademais, levando em conta que o glorioso Peru amoleceu (sem trocadilho) segunda-feira para os australianos, nada mais justo do que acreditar no equilíbrio da balança planetária, torcendo para que os costarriquenhos sejam mais um país aqui dessas imediações a se fazer presente na Copa dentro de alguns meses.

Na minha cabeça cada vez mais pirada, aliás, a vaga do Peru ia ser uma “barbada” (como se costuma dizer na linguagem do turfe). Os caras fizeram ótimos jogos nas eliminatórias da América do Sul, ficando em quinto lugar, à frente de seleções tradicionais, como Colômbia, Chile e Paraguai.

Mas aí, como em futebol não se ganha nada de véspera, na hora da decisão, o Peru demonstrou que não era tão duro assim como parecia. Se enrolou todo, pegou um nó dos australianos, foi incapaz de furar a retranca lá dos cangurus e sofreu a desclassificação na cobrança das penalidades.

Depois de tudo o que a sua seleção fez, penso que a sensação dos torcedores peruanos é a de uma morte na praia, após atravessar as mais violentas ondas de um oceano revolto. Bastava um único tiro. Era jogar a vida. O tiro foi de pólvora seca. E a vida ficou para daqui a quatro anos.

Por falar nessas decepções dos torcedores cujos times não conseguiram se classificar para a próxima Copa, um dia desses, quando eu estive batendo pernas pela Colômbia, pude constatar a opinião dos “cafeteiros” pela exclusão da sua seleção dessa festa maior do futebol.

Existe uma espécie de senso comum na opinião deles de que o seu país, junto com o Brasil e a Argentina, reúne os maiores futebolistas das Américas. E provam isso citando vários nomes, sempre tendo em primeiro lugar o cracaço James Rodriguez. E então, por que não vão à Copa?

O que eles me disseram é que, apesar de toda a técnica dos seus jogadores, o ambiente na seleção nunca foi dos melhores, com muita gente de salto alto e desentendimentos entre as maiores estrelas. E, como um time de futebol tem que estar sempre coeso, então, o destino da vaca foi o brejo!