Mundo estranho!

É um mundo deveras estranho esse nosso. Não há dúvida disso. De repente, como que num passe de mágica (ou num gesto cabalístico, que a gente nunca sabe o que de fato é, ou o que poderá vir a ser), as coisas mais bizarras se materializam na nossa frente. Assim, sem muito mais nem menos.

Penso nisso quando vejo um vírus amaldiçoado devastando o planeta, mudando a rotina e os planos de todo mundo. Eu já estava com passagens compradas para as Olimpíadas de Tóquio e, eis que, os tais jogos foram adiados. Agora não tenho nem com quem praticar o meu japonês de índio.

O mesmo vírus que faz um time super campeão, como foi o caso do Flamengo de antes da pandemia, pegar uma lapada escandalosa como aquela aplicada pelo equatoriano Independente del Valle, lá em Quito (a capital do Equador, não custa nada lembrar, é sempre Quito, viu?): impiedosos 5 a 0.

Aí, com um monte de jogador infectado, e sendo obrigado a escalar os meninos do time Sub-20, esse mesmo Flamengo vai a São Paulo e dá o maior nó nos titulares do Palmeiras (incluindo aí nessa conta de titulares, o nosso acreaníssimo goleiro Weverton). Um a um e show dos flamenguistas.

E não bastasse tudo isso, os caras (de pau?) vão pra televisão e falam que as queimadas no Pantanal e na Amazônia estão sob controle e que são as menores dos últimos anos. E eles dizem isso na maior desfaçatez, fazendo a gente duvidar do que os nossos olhos veem. Óleo de peroba na cara deles!

Aí o acreano Galvez estreia na Série D pegando uma sapecada de 5 a 1 dentro de casa de um time do Amazonas (estado cujo futebol, aqui pra nós, não tem andado assim tão bem nos últimos anos). Campeão acreano, dificilmente alguém imaginaria que o Galvez pudesse levar uma surra dessa.

Na trilha dos estranhamentos, porém, eis que o Galvez, contrariando todos os prognósticos, foi buscar fora de casa os pontos anteriormente perdidos. Como quem não queria querendo, comendo pelas beiradas, o Galvez foi a Tucuruí na rodada seguinte e afundou o barco do Independente.

Da decepção inicial, o Galvez volta para o game e acena com a possibilidade de se dar bem no Grupo 1 da Série D. Nesta quarta-feira, contra o Vilhenense-RO, o Imperador tem tudo para buscar a parte de cima da tabela de classificação. Se não miar fino, como na estreia, o salto vai ser legal sim.

Se, entretanto, mais uma vez o Imperador não fizer valer o fator casa, aí o meu conselho é que a direção do clube pleiteie junto aos cartolas da CBF para que os jogos do time sejam todos marcados para as casas dos adversários. Nesse mundo estranho que a gente vive, tudo pode ser opção!