Chegando ao fim o primeiro trimestre de 2019. Mira-se as páginas de esporte, os programas de mesa redonda e os posts nas redes sociais e constata-se a ausência de mudanças por aqui – na verdade, nota-se até o inverso.
A Liga dos Campeões da Europa, que entra nas quartas de final, chama a atenção de novo do torcedor brasileiro, grudado na televisão nos dias de jogos quando isso era algo impensável a alguns anos atrás. A discussão dos rumos da competição europeia domina a resenha em meio aos estaduais em início de definição.
Isso demonstra certa dificuldade de se fazer competições regionais mais atrativas e o irreversível interesse por aqui pelo futebol do Velho Continente. Um jovem morador perto de minha casa, fissurado em futebol, outro dia me disse que sonhava em assistir no estádio um jogo da Liga.
Na Libertadores, a queda do São Paulo para o desconhecido clube argentino Talleres foi a grande derrota do futebol tupiniquim no importante torneio. Mas pode vir outras na fase de grupos, com o Atlético-MG e o irreconhecível Grêmio.
Mas ainda tem mais cinco times com força de chegada às oitavas de final da competição mais relevante do continente. No mata-mata os brasileiros passam a enfrentar maior pressão, falta de organização, estádios lotados e inseguros.
Os primeiros meses do ano marcou também a campanha ruim da seleção brasileira no Sul-Americano Sub 20, que levou a eliminação do Brasil para o Mundial em maio agora na Polônia.
A cobertura de Neymar no carnaval foi o ó. O cara vive na bolha. Cada dia que passa se distancia da realidade do futebol – e da contribuição possível à seleção e talvez até do PSG.
Já se especula a sua possível saída do clube francês. Não o vejo ir muito além do que já foi como jogador, até pela idade. Por isso, não acredito num interesse arrebatador de um grande time europeu em contratá-lo. É provável que Neymar se ofereça no mercado para tentar resgatar sua imagem, pensando num recomeço.
O eterno presidente do Vasco, Eurico Miranda, morto recentemente, foi um cartola e parlamentar inescrupuloso. Ele personificou a imoralidade na política e no futebol. Não me lembro de ter sido ético em algum momento em que precisasse. O seu jeito debochado às regras irritava, mas era apaixonado pelo clube carioca. Que Deus o tenha!