Nascidos em novembro

Estamos a atravessar um mês de novembro de calor intenso. É primavera, mas a temperatura que desidrata os nossos corpos mais parece a daqueles dias de verão em que a impressão da gente é a de que existe um sol para cada cabeça. Não existem sombra e água fresca para todo mundo.

Dizem os entendidos (e eu acredito) que esse calor todo é consequência das agressões perpetradas pelos humanos contra a natureza desde há muito tempo. E dizem também que se não forem tomadas providências urgentes para reverter a questão, tudo vai ficar pior.

Eu conheço um sujeito, meu vizinho aqui onde antigamente o vento costumava fazer a curva (atualmente esse vento está recolhido dentro de uma geladeira), negacionista do bigode até o dedão do pé, que diz que tudo isso é papo furado, e que o calor é só uma tentativa de namoro do sol com a Terra.

Opiniões a favor e contra à parte, que apesar de ter tudo a ver com isso eu posso fazer muito pouco, e voltando para o mote dessas para sempre mal traçadas, o que eu quero lembrar mesmo nessas garatujas de hoje é que novembro sempre foi um mês pródigo em dar craques para o futebol acreano.

Foi em novembro que nasceram o lateral/volante/atacante Jorge Cubu (dia 4, em 1968), o atacante Dim (dia 5, em 1967), o também atacante Rui Macaco (dia 13, em 1948), o zagueiro Asfury (dia 19, em 1948), o também zagueiro Diego (dia 25, em 1988) e o ponteiro Babá (dia 30, em 1976).

Asfury e Rui Macaco já não se encontram entre nós. Partiram para outra dimensão, onde, certamente, caso haja uma bola de futebol, estão deliciando plateias com a sua arte. Asfury foi um zagueiro que dificilmente cometia uma infração. E Rui Macaco foi um goleador do tipo implacável!

Jorge Cubu foi um daqueles jogadores raros que a mídia esportiva denomina “coringa”. Um daqueles caras que faz a alegria de qualquer treinador. Pau pra toda obra. Defendia e atacava com a mesma eficiência. Eu cheguei a vê-lo atuar como lateral, zagueiro, volante e atacante de referência.

Dim e Babá, de características físicas semelhantes (baixinhos e troncudos) e modos de jogar idênticos (velozes e dribladores), foram daqueles sujeitos que deixavam sem dormir os adversários nas vésperas dos jogos. Não tinham medo de cara feia e jogavam sempre em sentido vertical.

De todos esses, o único que ainda está em atividade é o Diego, que foi até capitão do Humaitá nesta temporada de 2023. Zagueiro do tipo “xerife”, daqueles que se a bola passar, o adversário fica. E que só pede documentos depois de bater. É isso. Novembro deu vários craques para o futebol acreano!