Tenho acompanhado com atenção (e preocupação, é claro) as diversas agressões racistas das quais são vítimas jogadores negros nos campos de futebol do planeta, principalmente os brasileiros, a exemplo do que aconteceu naquele jogo supostamente “amistoso” do Brasil contra a Tunísia.
Elementos da torcida da Tunísia atiraram uma banana no campo de jogo, aos pés dos jogadores brasileiros, depois da marcação de um gol contra eles. Como grande parte do povo tunisiano tem a cor da pele escura, a situação, muito mais do que insólita, se configurou pra lá de absurda, surreal.
Toda discriminação é deveras odiosa. Não consigo absorver como uma significativa parte dos seres humanos não consegue entender isso. Pior: não consigo absorver é como existe uma multidão que, mesmo se enquadrando no perfil dos discriminados, ainda segue os discriminadores.
O futebol brasileiro, a propósito, jamais seria o mesmo, jamais teria feito dobrar os joelhos louros de olhos azuis dos mais variados pontos do globo se não fossem os negros que um dia vestiram a camisa amarela. Para provar o que eu digo, vou escalar aqui uma seleção de negros maravilhosos.
Barbosa (goleiro da seleção de 1950); Djalma Santos (1954 a 1966), Brito (1970), Domingos da Guia (1938) e Everaldo (1970); Denílson (1966), Didi (1954, 1958 e 1962) e Paulo César Lima, o “Caju” (1970); Jairzinho (1966, 1970 e 1974), Pelé (1958, 1962, 1966 e 1970) e Edu (1970 e 1974).
Vou escalar outros onze, de forma absolutamente aleatória, só de ir lembrando. Vejamos: Jairo; Carlos Alberto Torres (o “capita”), Ditão, Djalma Dias e Marco Antônio; Adílio, Ronaldinho Gaúcho e Liminha; Garrincha, Leônidas da Silva (o Diamante Negro) e Neymar. É mole?
Agora, saindo do geral para o particular, vou escalar um time somente de negros que atuaram no futebol acreano. Os mais antigos vão lembrar. Agrícola; Bento Zero Hora, Carlão, Chicão e Duda; Borges, Jangito e Júlio César; Bidu, Edson Carneiro e Bené. Treinador: Abelardo Coca-Cola.
Segundo time, continuando com a escalação dos negros divinos de todos os tempos no futebol acreano. Pituba; Ivo Neves, Deca, Chicão e Otávio; Merica, Testinha e Pixilinga; Doka Madureira, Luís França e Ericsson. Treinador: Neneca. E ainda existem outros, muitíssimos outros.
Além dos dois times escalados, cito Ley (lateral), Luiz Carlos, Palheta, Mozarino, Curica, Jorge Floresta, Cleiber, Bararu, Gaúcho Lima, Manoelzinho e Paulão (zagueiros), Neném e Boá (meias), Bodó e Albertino (laterais). Enfim, toda a honra e toda a glória aos jogadores negros do Brasil.