Nova derrota em casa será a desconsagração

Há quem ainda coloque a seleção brasileira na primeira linha do futebol mundial, mas se perder o ouro olímpico, por certo, sacramentará sua saída desse bloco.

O Brasil será muito cobrado nos Jogos Olímpicos do Rio daqui a um mês. Atuando em casa, diante da torcida e precisando se reerguer, qualquer deslize levará críticas e vaias dos torcedores brasileiros de pavio curto com as decepções nos últimos tempos.

Mesmo sendo a seleção brasileira sub 23, podendo ter três jogadores acima dessa idade – Neymar foi chamado nessa cota, assim como Douglas Costa e o goleiro Fernando Prass -, a cobrança poderá ser próxima a da Copa do Mundo.

Poucos torcedores brasileiros aceitarão passivamente ver o Brasil desclassificado diante de seus olhos e narizes. Fico já imaginando atletas “estrangeiros” convocados deixando de fininho o País caso fracassem no Rio 2016. Outros terão que enfrentar a torcida local por algum tempo, o que será um tormento.

Especificamente sobre Neymar, ele será duramente avaliado. Já mostrou ser jogador imprescindível, decisivo, importante, fundamental, craque… Só que no Barcelona.

O técnico do time olímpico Rogério Micale tem uma bomba para desarmar. Tentará triunfar no Rio 2016, mas o histórico recente das seleções de base não é nada bom, já que os títulos dos torneios principais escassearam – talvez um reflexo real da situação no País da formação de talentos no futebol por meio dos clubes.

A seleção olímpica nunca foi campeã, só vice em três ocasiões. A sub 20, o último título mundial foi em 2011; a sub 17, em 2003. As seleções brasileiras sub 17 e sub 15 levaram o título ano passado do Sul-Americano, mas a sub 23 não ganha desde 2000 o torneio – o último Sul-Americano que o sub 20 venceu foi em 2011.

Há alguma coisa errada. O Brasil também dominava as categorias de base no âmbito internacional. Hoje, já não tem tanto protagonismo.

Não esperem que uma derrota da seleção brasileira nos Jogos Olímpicos no Brasil passe batido, e todo mundo vá com fé nas eliminatórias da Copa na Rússia. Será a desconsagração do futebol brasileiro – talvez de forma irreversível a curto e médio prazos.