O brasileiro Neymar acaba de se transformar no jogador mais caro do futebol mundial. Os franceses do Paris Saint Germain conseguiram o que se julgava impossível: pagaram aos espanhóis do Barcelona uma multa milionária, com um número que inclui tantos dígitos que sequer se imagina.
Fora essa questão da multa milionária, os franceses também vão pagar a Neymar um salário digno de um sheik árabe (o dono do clube ostenta essa condição). E então, por isso e por aquilo, o brasileiro já é chamado pelos franceses como o mais novo membro da sua realeza: Rei Neymar, “Reimar”.
Os franceses gostam deveras das coisas que envolvem reis e imperadores. Tanto os amam como os matam. Se jogam aos pés dos monarcas da mesma maneira como os levam à guilhotina. Muitos dessa nata já viveram dias gloriosos, assim como outros tantos já perderam as cabeças.
Os franceses gostam tanto de reis que não tem pudores ou preconceitos para eleger como monarcas criaturas que não nascem nos limites das suas fronteiras territoriais. Só brasileiros, que eu lembre, já são dois. O primeiro foi Pelé, na década de 1960. E agorinha mesmo, Neymar.
Realezas e dinastias à parte, porém, as opiniões ficaram bem divididas com essa espetacular transferência do Neymar. Mas, de modo geral, os que mais criticam são os apaixonados pelo Barcelona. São como viúvas recentes: choram e rangem os dentes. Mas depois vão se acostumar.
E na mesma proporção das críticas, Neymar recebe uma avalanche de elogios, naturalmente, por parte dos torcedores do Paris Saint Germain. Uma personalidade mundial tem esse poder de provocar reações extremas para lados opostos. Não se pode agradar todo mundo de modo simultâneo.
No meu ponto de vista, independente das cifras que envolveram a negociação e das reações dos torcedores, eu acho que Neymar fez a coisa mais certa no atual momento da sua carreira. Nesse sentido, cito dois aspectos: vai se juntar a outros brasileiros e vai morar num lugar fantástico.
Não que Barcelona seja uma cidade ruim. Nada disso. Barcelona é um sonho. Mas Paris está acima de qualquer comparação. Exala perfume e encantamento. A música acompanha os passos dos transeuntes. E a história espreita em cada esquina. Eu já estive nos dois lugares. E prefiro, sim, Paris.
Além do mais, no espanhol Barcelona, Neymar certamente seria sempre uma sombra na companhia cuja maior estrela será invariavelmente o argentino Messi. Situação diferente da que o brasileiro viverá no francês Paris Saint Germain, onde o seu brilho será mais intenso. Viva, Rei Neymar!
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