Os dois representantes do Acre na Série D do campeonato brasileiro duelam neste domingo, na Arena da Floresta. É apenas a terceira das 14 rodadas da primeira fase da competição. Isso significa que muita água ainda vai rolar sob a ponte até que um dia no futuro o rio alcance o vasto mar.
É apenas a terceira rodada, mas o Atlético já deixou para trás seis preciosos pontos. O glorioso Galo do Segundo Distrito de Rio Branco, onde um dia um nordestino ancorou o seu barco à sombra de uma gameleira, perdeu na estreia, em casa, e perdeu de novo depois, fora dos seus domínios.
A primeira derrota do Atlético foi contra o roraimense São Raimundo. Eu não assisti ao jogo e, dessa forma, não saberia dizer o que aconteceu. O que eu sei é que num passado que já se distancia no tempo, os times roraimenses não se criavam de jeito nenhum quando visitavam o Acre.
Depois, o Galo foi à terra do manganês, o Amapá, e perdeu para o Ypiranga. Também não assisti, mas quem esteve lá diz que o Atlético merecia melhor sorte, uma vez que a derrota teve a influência direta de Sua Senhoria, o árbitro da partida. Dizem isso as testemunhas, que eu não vi.
Fora de casa é mesmo difícil jogar, principalmente quando se pega algum árbitro mal intencionado. Mas dentro de casa, a obrigação é vencer. Coisa que antigamente os times do Acre faziam. Os visitantes, no passado, tremiam de pavor quando entravam no velho estádio José de Melo.
Em 1972, por exemplo, eu lembro de uma excursão do Mixto-MT ao Acre. Eles desembarcaram em Rio Branco com ares de superioridade. Seriam quatro jogos e eles contavam que venceriam todos, sem grandes esforços. No final, venceram somente um, perderam dois e empataram outro.
Mais recentemente, logo depois da inauguração da Arena da Floresta, já na era do futebol profissional, o Rio Branco papava quase todo mundo que pisava no referido templo do futebol. Os paraenses Paysandu e Clube do Remo cansaram de sofrer para sair pelo menos com um empate da Arena.
E mais recentemente ainda, na Série C de 2018, esse mesmo Atlético que hoje tropeça nas próprias pernas avançou até às quartas-de-final, triturando os adversários que jogaram tanto na Arena quanto no Florestão. Só caiu quando se defrontou com esse Cuiabá que hoje está na Série A.
Alguma coisa aconteceu entre um tempo e outro. O meu palpite é o de que os investidores, sejam de caráter privado ou público (principalmente este), deixaram de injetar os seus recursos nos clubes de futebol do Acre. E então, só resta agora para Atlético e Galvez olharem nos olhos um do outro.