A primeira constatação logo de cara no futebol brasileiro nesses primeiros meses do ano é que Flamengo e Palmeiras gastaram muito sem resultado. Há pouca bola nesses dois clubes de altos investimentos, salários elevados e, no entanto, atuação em campo aquém do esperado.
Outra constatação é que a seleção brasileira não tem time fechado para a Copa América, em junho. Sem empolgar, comissão técnica ainda observa vários jogadores antes de fechar o grupo.
Não se esperava 100% do time pronto para uma competição que ocorre daqui a dois meses, mas pelo menos 90%. O técnico Tite não tem isso pelo que se viu nos amistosos recentes do Brasil.
Como todo ano, o Campeonato Amapaense é o mais complicado entre os estaduais. Estava previsto de começar em abril, depois foi para maio, mas os clubes querem início em agosto.
A previsão inicial era de participação de três clubes, mas no fim chegou-se a oito, mas é quase certo que do total de inscritos aconteça algumas desistências. A questão maior disso é a falta de recursos.
A competição no Amapá teve no ano passado a presença de cinco cubes. A semifinal contava com a presença de quatro times – portanto, a primeira fase representava apenas a eliminação de uma equipe.
No Campeonato Tocantinense, o Gurupi, que é um dos mais importantes clubes daquele estado, desistiu de participar da competição no dia do primeiro jogo do torneio, que aconteceu nesta última sexta-feira.
A agremiação alegou falta de patrocínio. O clube tinha vaga na Série D do Campeonato Brasileiro, mas deve ceder a outro time.
Essa coluna começa com gastos excessivos de rubro-negros e palmeirenses. Trata-se de um volume financeiro quase padrão europeu.
No mesmo país, indo em direção ao centro-norte, deparamos com o futebol padrão desigual e pobre.
Ficamos sem saber se vale aplaudir Neymar e companhia na Copa América que acontece aqui, em solo brasileiro, em meio a tanta disparidade em que muito dirigente e torcedor não está nem aí para isso.
São os dois Brasis que permanentemente incomoda àquelas mais preocupados com uma nação com menos disparidade socioeconômica, inclusive no esporte.