Os reservas

O último jogo do Atlético Acreano pelo Grupo A da Série C do Brasileirão provou que o time está muitíssimo bem servido no que diz respeito aos suplentes à disposição do técnico Álvaro Miguéis. Não fosse assim e esses ditos reservas não teriam vencido o ABC em plena Natal.

Eu confesso que fiquei um tanto apreensivo com a sorte do Galo quando eu soube que os titulares seriam poupados e que o time atuaria com um quadro completamente alternativo. Tá certo que seis dos titulares estavam suspensos. Mas, ainda assim, restavam cinco que poderiam jogar.

Fiquei apreensivo principalmente porque o resultado do jogo influenciaria diretamente na posição do Atlético entre os quatro classificados à fase seguinte, aquela que vai definir quem continua na Série C e quem sobe para a Série B. Se perdesse, o Atlético poderia cair para a quarta posição.

Ficando em quarto lugar no grupo, assim como se ficasse em terceiro, o Atlético teria que jogar a segunda partida do chamado mata-mata fora de casa. Caso em que uma dificuldade adicional seria acrescentada às pretensões do Galo de ficar entre os quatro clubes que mudarão de série.

Mas os reservas do Atlético jogaram como gente grande. Deram conta do recado direitinho. Enrolaram os potiguares com toques laterais e muita marcação. Fizeram um primeiro tempo de segurança, enervando o adversário, que se atirava com ousadia, mas totalmente sem eficácia.

Pra falar a verdade, o primeiro tempo do Atlético foi só de enrolação mesmo. O ABC mandou a campo um time misto. Mas era um misto frio, com pouco queijo e apenas um cheirinho de presunto. E o Galo ainda contou com o reforço de postes defensivos, que rebateram três chutes do inimigo.

No segundo tempo, porém, os reservas do Atlético botaram as manguinhas de fora. Jogando bem aberto pelos lados do campo, o atacante Igor deu a maior canseira na defesa dos caras. E tanto aprontou que mandou um zagueirão para o chuveiro mais cedo. Segundo cartão amarelo: expulso!

E fora o Igor, para não ser injusto, devo destacar também as atuações do Babau (fez um milagre quando o Galo já vencia o jogo), do Rafael Tanque (oportunista até o talo), do Ancelmo (magistral organizador de jogadas) e do Pé de Ferro (monstro na zaga), que já anunciou que vai pendurar as chuteiras.

Então é isso. Ao Atlético basta superar somente mais um adversário para mudar de série. Não vai ser fácil de jeito nenhum. Todos os times que chegaram até aqui estão prontos para subir. Mas o Galo é azul. E azul é a cor do céu. Tanto o azul quanto o céu são feitos para os que sabem voar!