Pais e filhos

Na profusão de datas disso e daquilo (tem data de tudo e mais um pouco), teremos neste domingo (13) o Dia dos Pais. A comemoração foi proposta, originalmente, pelos Estados Unidos, na primeira década do Século XX, e desembarcou por aqui pelos trópicos no ano de 1953.

A proximidade da comemoração, numa associação de ideias totalmente livre, me fez lembrar o clássico dos anos românticos do futebol acreano denominado “Pai e Filho”, jogado entre o Rio Branco Football Club, o Estrelão, e o Atlético Clube Juventus, conhecido como Clube do Povo.

A denominação de “Pai e Filho” foi originada pelo fato de que a maioria dos integrantes do elenco do Rio Branco se transferiu para o Juventus, quando da fundação deste último, em 1966. Mais ou menos, biologicamente falando, como se um tivesse sido gerado pelo DNA do outro.

As crônicas da época dão conta de que o Juventus só não levou para o Ninho da Águia dois dos então jogadores do Rio Branco: o zagueiro Campos Pereira, por ser considerado já em final de carreira, e o meia Dadão, que estava com 16 anos e era considerado muito inexperiente para a mudança.

Pouco tempo depois, porém, tanto o Campos Pereira quanto o Dadão também foram levados para o clube recém fundado. O primeiro ainda teve tempo de contribuir para o sucesso do time juventino. E o segundo se tornou um dos principais jogadores (talvez o maior) a passar pelo rubro-negro.

Ao longo dos 23 anos seguintes (de 1966 a 1988), quando o futebol acreano viveu a sua grande fase amadorística, foram muitos os confrontos entre “Pai e Filho”, a maioria com prevalência do “filho”. Prova disso é a diferença de títulos entre um e outro: nove do Juventus e seis do Rio Branco.

Depois disso veio o profissionalismo e apesar de o Juventus praticamente não ter disputado muitos campeonatos, ainda conseguiu levar pra casa cinco títulos (1989, 1990, 1995, 1996 e 2009). Mas aí, quem passou a ser o maior vencedor foi o Rio Branco, com 18 títulos em 35 possíveis.

Com o longo afastamento do Juventus dos gramados, os torcedores acreanos ficaram privados das emoções proporcionadas pelos confrontos entre “Pai e Filho”. Dizem as boas línguas que o Juventus vai voltar qualquer dia desses. Eu tenho minhas dúvidas, mas não deixo de ter alguma esperança.

De qualquer forma, como a história não pode ser apagada, ficam pelo menos as lembranças, ainda mais vivas num dia de comemoração como este 13 de agosto, aqui pertinho da gente, dos dias em que o “pai” Rio Branco e o “filho” Juventus mediam forças no lendário Stadium José de Melo!