Para onde caminha a Copa das Confederações?

O fato do Brasil não ter participado da Copa das Confederações fez o torneio passar batido por aqui. O lado bom foi que não atrapalhou a rotina dos clubes da Série A, obrigados a ceder jogadores à seleção, caso ela estivesse envolvida na competição. Por outro lado, pouca gente deve ter se atentado como o futebol europeu caminha a passos mais largos do que o nosso hoje.

A Copa das Confederações chama menos a atenção do que o Mundial de Clubes, também preenchido com equipes de todos os continentes – e menos jogos. O fato é que o torneio interclubes tem enorme potencial de crescimento em relação à competição realizada nesta última vez na Rússia.

A alegação que ela é uma preparação para a Copa do Mundo no ano seguinte é um tanto exagerada. Experiências de uso estádios e infraestruturas relacionadas podem ser feitas até em jogos entre clubes do país-sede, a qualquer momento, sem necessidade de hora e data marcada com um ano de antecedência.

O que acontece é que a Fifa usa a Copa das Confederações como valor agregado à Copa do Mundo. Patrocinadores e emissoras de televisão que compram direitos para o Mundial de futebol tem um aperitivo a mais um ano antes com essa competição, engordando projetos comerciais de todos os envolvidos no negócio.

Pode ser que em 2021 a Copa das Confederações não se realize. É que a Copa do Qatar ocorrerá no final do ano de 2022 por conta do calor naquele país no período tradicional do Mundial de futebol, no meio de ano. Daí, a Fifa terá que fazer enorme esforço para conseguir liberação de atletas dos clubes em 2021 para uma competição fora do recesso do futebol europeu – ocorrido em junho-julho.

Qatar sediará a última Copa a ser realizada no atual formato com 32 times – em 2026 passará a ter 48 equipes. Isso exigirá um exercício mais insano do país-organizador para receber tanta gente. Assumir a Copa das Confederações um ano antes pode parecer mais sarna para se coçar do qualquer coisa. Mas importante é preparar tudo para receber 48 seleções no ano seguinte.

Ter 48 times num Mundial significa agradar 48 confederações de futebol. E nesse caminho a Copa das Confederações fica cada vez menor, com suas míseras oito nações. Inchar o torneio não faz muito sentido, pois vai ocupar ainda mais o calendário de futebol. O caminho mesmo é o fim competição.