Nascido no dia 22 de setembro de 1953, o meu dileto amigo Paulo Maia Sobrinho, ciclista nas muitas horas vagas da merecida aposentadoria, e meu vizinho de moradia no Jardim Tropical, acabou de completar 61 anos. Um tempo de vida pleno de atividades dedicadas ao futebol acreano, conforme vou passar a dizer resumidamente nas linhas que continuam.
Já na adolescência, no final da década de 1960, ao perceber que não tinha muita habilidade com a bola nos pés, ele tratou de enveredar pelo comando de um time, fundando o Vasquinho, para o qual levou um monte de meninos bons de bola do 2º distrito de Rio Branco, entre os quais dois que depois se destacaram em equipes adultas: Manoelzinho e Zequinha.
Entre uma risada e outra (conversamos longamente na manhã de sábado, ouvindo numa televisão distante o lamento de um locutor ante os pontos que a seleção brasileira de voleibol levava da Polônia, na decisão do campeonato mundial), o Paulo Maia me contou que até tentou ser craque de futebol. “Mas eu era um zagueiro muito courão”, disse-me divertido.
Depois da experiência com o Vasquinho, Paulo Maia fez um curso de arbitragem de futebol, chegando a atuar em diversos jogos de um campeonato que reunia equipes suburbanas da capital acreana. Essa foi uma atividade que ele exerceu paralelamente com a condição de delegado da Federação Acreana de Desportos. Tudo sem ganhar absolutamente nada.
Salto no tempo e eis que já estamos em 1977. Neste ano, Paulo Maia viveu sua vez de integrante da crônica esportiva, na Rádio Novo Andirá, a convite do radialista Campos Pereira. Ficou por lá até 1982, exercitando várias funções, entre as quais as de auxiliar da equipe técnica (carregando, estendendo e puxando fios), repórter de pista e, por último, comentarista.
Em 1983, começou a sua vida de “cartola”. Convidado pelo doutor Adauto Frota, presidente do Atlético Acreano, ele foi ser diretor de futebol do Galo. “Época de extrema dificuldade, sem dinheiro para coisa nenhuma. Um aperto tão grande que em determinado momento o técnico do time teve que ser o velho Jaú, que era o nosso roupeiro”, garantiu Paulo Maia.
Ficou dois anos como diretor de futebol do Atlético. Em 1985 foi levado para ser vice-presidente do professor Almada Brito, no Vasco da Gama, assumindo o primeiro posto do time da Fazendinha entre os anos de 1987 e 1988. “Outro período complicado, quando eu tive que tirar dinheiro do próprio bolso para comprar o uniforme da equipe”, afirmou Paulo Maia.
Se a presidência do Vasco foi o fim da carreira dele no futebol? Negativo. Depois disso, o homem ainda foi auditor do Tribunal de Justiça Desportiva, vice-presidente (biênio 89/90) e membro do conselho fiscal da federação de futebol (posto no qual se encontra até hoje). Vida longa ao Paulo, um personagem que eu diria imprescindível ao esporte acreano!
Francisco Dandão