O zagueiro Pé de Ferro em ação nesta temporada com a camisa do Galo Carijó. Foto/Manoel Façanha.

Pé de Ferro resolve pendurar as chuteiras em plena forma

Francisco Dandão

Quem viu, viu. Quem não viu, não verá mais. O zagueirão Pé de Ferro, um dos pilares da boa campanha do Atlético Acreano na Série C de 2018, já avisou que não seguirá na atividade de atleta profissional. Aos 33 anos (ele nasceu em 8 de janeiro de 1985), ele pendurou as chuteiras em plena forma.

Pé de Ferro vestindo a sua última camisa no futebol profissional. Foto/Francisco Dandão

Pé de Ferro, apelido do cidadão Romildo Almeida da Silva, começou a vitoriosa carreira na sua Brasiléia natal, aos 17 anos, alternando exibições como goleiro da Fazenda Santa Lúcia, na disputa municipal da 2ª divisão, e como fixo de futsal da Ponte Preta, no campeonato estadual acreano.

Foi em 2005, aos 20 anos, que ele se firmou na posição que iria notabiliza-lo como um dos maiores do futebol acreano das últimas temporadas: zagueiro-central. Nessa condição chegou até a disputar um campeonato nacional da segunda divisão da Bolívia, pelo time Vaca Diez.

Como profissional no lado de cá da fronteira, Pé de Ferro estreou em 2010, no Alto Acre. De lá pra cá foi uma intensa troca de camisas e o “xerife” defendeu os seguintes clubes: Independência (2012), Rio Branco (2013), Plácido de Castro (2014), Amax (2015) e Atlético (2016, 2017 e 2018).

Zagueiro duro, porém leal

Independência – 2012. Em pé, da esquerda para a direita: Dorielson Mendes, Thiago, Pé de Ferro, Jereca, Otávio, Francisco Roberto e José Ribamar. Agachados: Elenilson, Jackson, Maurinho, Chiquinho, Layo, Ciel e Amaral. Foto/Francisco Dandão.

Pé de Ferro sabia jogar com a bola nos pés. Mas não se incomodava quando havia a necessidade de dar um chutão ou chegar junto em algum atacante mais ousado. “Pra mim, o mais importante era mandar a bola pra longe do meu goleiro. Eu jamais gostei de brincar em serviço”, explicou ele.

Rio Branco – 2013. Em pé, da esquerda para a direita: Leyf Barros (fisioterapeuta), Ismael, Dorielson Mendes (prep. físico), Thallyson (comissão técnica), Pé de Ferro, Erick, Marquinhos, Paulinho Pitbull, Neném, Babau e Douglas. Agachados: Araújo Goiano, Ley, Araújo Jordão, Juliano César, Testinha, Ananias, Rob, Marcelo Brás, Maurício, Pretinho e Célio (mordomo). Foto/Manoel Façanha.
Amax – 2015. Em pé, da esquerda para a direita: Adriano Feitosa (prep. de goleiros), Tiago, Neto, Pé de Ferro, Rubens, Vágner e Papelim (treinador). Agachados: Layon, Gato, Kézio, Éder, Luis Henrique e Vaca.

“Quanto a dar pancada, o que eu tenho a dizer é que somente uma vez tirei um adversário de campo. Foi o Pretinho, do Galvez. Mas eu considero o lance involuntário. Se eu fosse violento, provavelmente não teria sido eleito para a seleção do ano por duas vezes, 2016 e 2017”, falou Pé de Ferro.


Os melhores de 2016. Em pé, da esquerda para a direita: Pisika, Pé de Ferro, Olliver, Eduardo, Ronne Casas, Polaco, Jean Carlos, Leandro, Álvaro Miguéis, Diego, Tonho Cabaña e Alfredo. Foto/Manoel Façanha.

Alegrias e tristezas? O agora ex-craque garantiu que todos os títulos conquistados foram momentos que lhe proporcionaram muita felicidade e serão lembrados para sempre. E a tristeza maior foi não conseguir levar o Galo à série B em 2018, “quando faltou só um detalhe para chegar lá”, disse.

Quanto ao futebol acreano de hoje, Pé de Ferro acredita que está crescendo aos poucos e que em breve alcançará patamares mais altos. “Tem muito menino bom de bola por aí. Se houver um pouquinho de investimento e cuidado, um clube acreano logo chegará à série B”, garantiu o ex-zagueiro.

Atlético Acreano – 2018. Em pé, da esquerda para a direita: Manoel Evailton, Maurício Carneiro, Alceivo, Babau, Wilson, Pé de Ferro, Rafael Tanque, Naldo e Diego. Agachados: Léo, Jefferson, Marquinhos, Ancelmo, Igor, Geovanni e Luiz Henrique. Foto/Francisco Dandão.

Um time quase perfeito

Um time quase perfeito de jogadores que atuaram no futebol acreano do século XXI, de acordo com Pé de Ferro, atuaria com a seguinte formação: Ruan (Atlético, hoje na Portuguesa-RJ); Januário (Atlético), Pé de Ferro (Atlético), Leandro Camilo (Rio Branco, hoje no Brasil-RS) e Sander (Rio Branco, hoje no Sport-PE); Amaral (Independência), Leandro (Atlético), Testinha (Rio Branco) e Careca (Atlético); Rafael Barros (Atlético) e Juliano César (Rio Branco). Técnico: Álvaro Miguéis. Dirigente: Elisson Azevedo.