MANOEL FAÇANHA
Criada há três anos pelo ex-jogador vascaíno Jean Caruta, a animada pelada do Vasco da Gama-AC (Geração 80) reúne, além de ex-jogadores do clube, empresários, ex-presidente do clube, políticos, funcionários públicos e, até mesmo, o procurador de Justiça do Estado do Acre, Oswaldo D’Albuquerque Lima Neto, um fanático torcedor Cruz-de-Malta.
No terceiro encontro, ocorrido neste domingo (10), Caruta lembra que a pelada iniciou como objetivo reunir ex-atletas do clube no campo da Fazendinha (CT do Vasco-AC), não somente os profissionais, mas também aqueles que participaram das categorias de base. O primeiro passo foi criar um grupo na página do Facebook para estabelecer contato com os ex-jogadores. A ideia, segundo ele, ganhou “vento” e o primeiro encontro de final de ano reuniu 35 participantes em 2015, crescendo para 38 no ano seguinte e, chegando agora, ao total de 42 integrantes.
O idealizador lembra que no primeiro encontro a emoção entre os participantes foi tão grande que alguns atletas, após mais de uma década sem contato, não conseguiram segurar as lágrimas. “Tinha atleta que não via o outro há quase duas décadas e, através da pelada, isso foi possível”, explicou Caruta.
Atleta e dirigente relatam suas passagens pelo clube
O ex-atleta e empresário Acrevenos Espindola, um dos membros da pelada, disse que entre os participantes não existem divisão de classes sociais, existe sim muito respeito, carinho e amizade. Espindola, que jogo no clube nas temporadas 1988/1989, lembrou que o Vasco é um clube querido e, na sua linda história, consta que o time era formado por atletas que dividiam o tempo entre o trabalho e os treinos e jogos da equipe Cruz-de-Malta.
O ex-presidente vascaíno Paulo Maia Sobrinho, 64 anos, é outro participante da pelada. Cedo da manhã já estava no clube, trocando conversa com os amigos e lembrando a época que dirigia o clube. “Estou muito feliz pela oportunidade de participar desse evento, pois aqui tenho as melhores lembranças da minha vida esportiva”, disse o ex-dirigente.
Logo após a partida, os participantes realizam uma grande confraternização e o papo principal sempre são as histórias da época que vestiram a camisa vascaína. Entre as lembranças, principalmente daqueles atletas mais antigo, surgem os elogios à administração do ex-presidente vascaíno Almada Brito, gestor de origem paraense que brilhantemente conduziu o clube por vários anos com respeito, lealdade, honestidade, ética e inteligência para aqueles que optaram em defender as cores do Vasco da Gama.
Entre os ex-jogadores do clube que integram hoje a pelada vascaína aparecem os seguintes nomes: Cairara, Dedé, Mundoca, Papelim, Benjonson, Dorielson, Toím da Maroca, Agledison, Aclaildo, Elison, Clio, Fabiano, Ronne Casas, Michel Bocão, Acrevenos Espindola, Jean Caruta, Paulo Maia (ex-presidente) e entre outros.
“A vida segue e a amizade fica”
O procurador de Justiça do Estado do Acre, Oswaldo D’Albuquerque Lima Neto, autor do quinto gol da vitória do time de preto, explica que a pelada é um momento de confraternização e grande oportunidade para rever amigos e lembrar boas coisas do passado. “Quero deixar um beijo fraterno aos amigos da pelada. A vida segue e a amizade fica”, disse Oswaldo D’Albuquerque, que na infância e adolescência participou de inúmeros campeonatos organizados pelo professor Almada Brito, o eterno presidente do Vasco-AC.
Cinco gols e doze em campo
Com gols de Alex, Jefson Dourado, Jean Caruta, Cairara e Oswaldo D’Albuquerque, o time de preto venceu a equipe de vermelha por 5 a 3. Gleison (2) e Gil descontaram para os vermelhos.
Com sol quente, o condicionamento físico pesou para alguns atletas, mas o toque de bola chegou a lembrar os bons tempos da equipe Cruz-de-Malta, onde era considerada quinta força do futebol acreano nas últimas quatro décadas.
O placar poderia ter sido 6 a 3, mas o árbitro Sebastião Silva (Sibite) foi avisado que a equipe de preto estava burlando a regra e atuando com 12 jogadores. Puxa de cá, puxa de lá, e o árbitro anulou o gol.
Essa “tática” de jogar com um atleta a mais em campo em relação ao adversário faz lembrar uma história do ex-treinador Martins Bruzugu. Segundo consta, certa vez, ele teria escalado o Andirá com 12 jogadores em campo contra um dos grandes clubes da capital. Com o placar em igualdade, o árbitro só foi perceber a esperteza do treinador muito tempo depois da bola rolar.