Pífios resultados

Acabou mais uma Copa Verde para os times do Acre. E acabou de forma, digamos, pouco honrosa. O Humaitá foi a Belém e sucumbiu (eu ia dizer “caiu de quatro”, mas depois desisti) para o Clube do Remo por 4 a 1. E o São Francisco levou um pau de 6 a 0 do roraimense São Raimundo.

Um time acreano perder do Clube do Remo, lá na capital das mangueiras, até que não é um resultado assim tão estranho, levando-se em conta vários fatores, entre os quais a diferença de folha salarial (a dos paraenses é muito maior) e o alçapão em que se transforma o estádio deles.

Eu já assisti vários jogos do Remo no Baenão (apelido do estádio dos caras) e posso dizer de cátedra que se os jogadores adversários não usarem tampões nos ouvidos correm o risco de sair da praça esportiva completamente fora de sintonia, chamando “urubu de meu lourinho”.

Outra coisa: se os jogadores de um time visitante caírem na besteira de jantar açaí com peixe e farinha d’água, antes da partida, aí não terão nenhuma chance de resistir à avalanche azul que se abaterá sobre as suas cabeças. Sem contar a chuva que, às vezes, cai bem na hora do confronto.

É claro que eles são favoritos naturais. Mas a gente (eu, no caso) sempre espera que algum tipo de milagre aconteça. E se não aconteça um milagre, pelo menos que o jogo seja disputado em cada palmo do campo, duro, pau a pau, o que não parece ser quando sobrevém esse tipo de lapada.

Mas tudo isso seriam abobrinhas de um cronista sem muito o que dizer numa sexta-feira à noite (momento em que este texto é cometido), quando o apelo para tomar um chope é mais do que imperioso, se não fosse o outro jogo pelo mesmo torneio. O jogo do vice-campeão acreano São Francisco.

Pior do que o desempenho do Humaitá, em Belém, foi a humilhação sofrida pelo denominado “Clube Católico”, em Boa Vista. Ou existiria outro adjetivo que não seja esse (“humilhação”) para denominar o que o São Raimundo fez com o time acreano? Digam vocês aí: existe outro adjetivo?

Eu não lembro de outra surra tão escandalosa que um time do Acre, em qualquer tempo, tenha levado de uma equipe de Roraima. Ao contrário: em tempos idos (saudosos tempos), jogar contra Roraima significava três pontos (ou mesmo dois) contabilizados por antecipação para o lado acreano.

Por me chamar Francisco, eu sempre pensei que o santo de cujo nome meus pais se inspiraram para me batizar sairia vencedor numa batalha com outra criatura de auréola branca em volta da cabeça. Ledo engano da minha parte. Tomara venham dias melhores por aí. Fica toda a minha torcida!