Pizza em Nova York

Não sei quando foi que eu comi o meu primeiro pedaço de pizza. Qualquer registro nesse sentido já se perdeu nos recônditos da minha memória. O que sei é que eu adoro essa comida inventada pelos italianos. Pra falar a verdade, eu me dou bem com qualquer espécie de massa.

O detalhe interessante é que cada país tem a sua maneira de preparar a referida iguaria. A criatividade dos pizzaiolos é que determina os ingredientes. A base, via de regra, só varia no que diz respeito à textura e ao gosto do freguês (grossa ou fina). Mas nos ingredientes é que está o segredo.

Como eu já botei os pés em vinte e poucos países, posso dizer que já comi todos os tipos de pizzas. Tantas que eu nem saberia dizer qual delas foi a mais saborosa. A próxima sempre parece mais gostosa do que a anterior. Talvez por isso eu sempre fique com a sensação de querer provar outra.

Existem países em que você tem que pedir uma pizza inteira. Cada comensal em volta da mesa pede uma pizza. E não se trata daquele tipo brotinho, não senhor. Eles nem conhecem uma pizza tão pequena. E se o sujeito deixar algum pedaço no prato, os garçons olham com estranheza.

Outra coisa que eles não suportam é a criatura lambuzar a pizza de ketchup. Só no Brasil é que a gente vê essa mistura insólita. Na Itália, se alguém pedir ketchup pode até ser convidado a se retirar do restaurante. Em caso de insistência, o gerente está autorizado a chamar os “carabinieri”.

Mas, assim como existem países que só vendem uma pizza inteira, em outros pode-se comprar apenas uma fatia. Nos Estados Unidos é assim. As pizzas ficam expostas nos balcões das lanchonetes e dos bares e a gente escolhe o pedaço que quer comer. Um ou mais pedaços de diferentes sabores.

A última vez que passei por Nova York, eu só jantava pedaços de pizzas. Fiquei duas semanas na Big Apple entre o final de setembro e o começo de outubro de 2019. E em cada dia eu ia comer num lugar diferente. Manhattan é um paraíso de sabores, cheiros e cores. Um sonho de lugar!

Quase todo mundo quando vem embora de lá, já faz planos para voltar no ano seguinte. Eu também fiz. Não pude ir porque logo a seguir apareceu a pandemia. Agora, que eu já estou vacinado, surgiu outra complicação: a incompetência dos caras da economia fez o dólar subir além do alto céu.

Nesse momento não tenho certeza de que um dia ainda comerei uma pizza em um restaurante da Times Square. O que eu sei é que, caso eu vá, não comerei em pé na calçada. Estou vacinado e não nego a ciência. Não abro mão de comer sentado, vendo pela TV uma partida de qualquer coisa!