Não sei se o Internacional se tornará campeão da Série B, mas por certo voltará à Série A. O fato é que a estrutura conquistada ao longo de décadas por meio de recursos maiores (patrocínios, direitos e arrecadação com torcedor) do que qualquer outro concorrente na Segundona faz toda diferente.
A folha de pagamento de salários do Internacional é superior em relação aos clubes que disputam a Série B. Isso significa dizer que o Colorado gaúcho tem jogadores mais valorizados e competentes. Pode-se aventar que ainda assim não estão dando o retorno esperado, por que se não o clube estaria em primeiro lugar da competição.
Isso é verdade, mas entra aí outro fator. Folha de pagamento com salários altos significa que não é só o time principal que tem bons soldos. No banco de reservas há também atletas bem remunerados – e isso significa jogadores também valorizados e, consequentemente, com competência acima da média. Caso um jogador do time principal se machuque, seja suspenso ou mesmo sacado da equipe, o técnico tem peças de reposição também de alto nível.
Numa competição longa, de muitos jogos e grandes deslocamentos, o comandante do time ter atletas substitutos capazes em todas as posições (ou pelo menos quase todas), é um passo e tanto para ter mais chances de somar pontos na tabela de classificação.
Sabe-se que na maioria das equipes da Segunda Divisão um de seus grandes problemas de manter a regularidade na competição é ter todo o plantel com qualidade por longo tempo. E o Internacional – ou qualquer clube da elite do futebol brasileiro – possui muito mais capacidade de dispor disso.
Numa outra vertente, existe a questão da infraestrutura do clube para preparar e recuperar atletas. Isso envolve corpo de preparadores físicos, fisioterapeutas, nutricionistas e psicólogos, além de salas de recuperação física, academia e convênios com clínicas do esporte capazes de dar suporte adequado no treinamento, na concentração, nos jogos, na recuperação de partidas e contusões, e manutenção do físico e do equilíbrio psicológico para enfrentar uma competição desgastante e prolongada.
Não é qualquer clube que pode dispor de uma estrutura completa desse porte. Ela é muita cara e envolve os melhores profissionais do País na área. São condições para clubes com ativos, patrimônio e entrada de recursos garantidos de forma permanente. Na Série B hoje, o Internacional tem isso de sobra em relação aos outros times – por isso, as chances de voltar à elite são maiores e bastante provável, apesar das atuações pouco convincentes.