Portugal é o novo campeão da Eurocopa, o principal campeonato de seleções do chamado Velho Mundo, disputado a cada quatro anos, desde 1960. Com essa edição concluída domingo passado, já são quinze o número de disputas. Foi a primeira vez que os portugueses levaram o título para casa.
Espanha e Alemanha são as recordistas de títulos dessa competição. A Espanha, campeã da Copa do Mundo de 2010, venceu em 1964, 2008 e 2012. A Alemanha, campeã da Copa do Mundo de 2014 (de nefasta memória para os brasileiros), subiu no alto do pódio em 1972, 1980 e 1996.
No meu entender, a vitória de Portugal sobre a França nesta final de 2016, reforçou um velho ditado do mundo do futebol. Aquele que diz que um time que não faz gols acaba levando. A França atacou quase o tempo inteiro. Mas foi Portugal quem levou a glória, marcando na prorrogação.
As idas e vindas da bola nem sempre premiam aquele que melhor desempenha o seu papel dentro do campo de jogo. Os caprichos do destino residem em cada detalhe. Milímetros para um lado ou para o outro podem determinar a sorte dos contendores. Domingo foi um dia desses. Foi sim.
Não que eu tenha torcido pela França. Ao contrário até. Tenho ligações afetivas com Portugal. Já estive no país dos nossos colonizadores três vezes. Eles são ótimos anfitriões. Além disso, os “gajos” são fanáticos por futebol. Torci por Portugal, mas a França jogou melhor, bem melhor.
Nesse aspecto de fanatismo, aliás, pelo que eu vi nas vezes em que estive por lá, tive a impressão que eles são mais ligados nas coisas da bola do que os brasileiros. Todo mundo com quem eu conversei torce por algum time. Cristiano Ronaldo pra eles é um homem-deus. Euzébio foi um anjo!
Após essa conquista já existe até uma versão explicando que foram os portugueses que introduziram o futebol no Brasil. A história só fala, quando do desembarque de Cabral na Bahia, das índias nuas e da terra fértil. Mas comenta-se que na bagagem dos marinheiros veio uma bola.
Dizem que só não houve divulgação do primeiro jogo em terras brasileiras porque os portugueses foram derrotados pelos índios. Não que os “portugas” fossem ruins de bola. Mas porque teriam ficado com medo de irritar os anfitriões e ser comidos no banquete marcado para depois da partida.
Pelo sim e pelo não, história oficial ou versão, encerro a crônica com o pensamento de Fernando Pessoa, que afirma, no “Poema em linha reta”, nunca haver conhecido quem tenha levado porrada. Segundo ele, todos os seus amigos diziam ser campeões em tudo. Como Portugal na Eurocopa!