Quarta rodada

Depois de três rodadas do Grupo 1 do Campeonato Brasileiro da Série D, duas das três equipes acreanas continuam invictas. As três equipes, como todo mundo sabe, são o Galvez, o Rio Branco e o Atlético. As que continuam invictas são o Rio Branco e o Atlético. O Galvez, por seu lado, perdeu uma.

Mas o Galvez, embora tenha perdido um dos seus jogos (para o Fast-AM), se redimiu nas rodadas seguintes e venceu duas vezes (Independente-PA e Vilhenense-RO). Então, por vencer duas vezes, o Galvez nesse momento ostenta um lugar melhor na tabela de classificação: vice-líder!

Eu vejo esses detalhes e me lembro da situação do Palmeiras, na Série A do Brasileirão. O Verdão é o único invicto na competição. O time do Allianz Parque jogou onze vezes e ainda não perdeu. Mas, em compensação, venceu somente quatro vezes. Empatou nas outras sete oportunidades.

O líder da Série A é o Atlético Mineiro, glorioso Galo das Alterosas (time ao qual o gênio do escritor Roberto Drummond dedicou inúmeras crônicas), que já levou três “lapadas” em onze rodadas. Mas, em contrapartida, venceu em nada menos do que oito partidas. E sem empates.

Então, a conclusão lógica, levando-se em conta que uma vitória dá três pontos e que um empate só garante um, é a de que torna-se necessário um tanto de ousadia para chegar ao triunfo. Melhor perder uma aqui e ali do que se segurar em empates só pra ganhar a aura de time de defesa imbatível.

Digo tudo isso com a minha atenção voltada para o Atlético-AC, que neste domingo (4) joga em Rondônia, contra o Vilhenense. O Galo do Segundo Distrito de Rio Branco vem provando que é duro na queda. Não perdeu nenhuma. Está invicto. A questão é que também não venceu nada.

Com essa sequência de empates, o Atlético está em sétimo lugar num Grupo de oito times. Caso perca do Vilhenense (escrevo isso “fazendo figa” com as duas mãos e os dois pés) e o Independente-PA vença o Fast-AM (pouco provável, mas vamos conjecturar), o Galo azul cai para a lanterna.

Eu tenho um amigo, grande filósofo de botequim (não posso dizer o nome dele por hora porque ele é candidato a vereador), que costuma fazer longos discursos sobre a necessidade da vitória e a pouca valia do empate. Segundo ele, a tática tem que ser a da “calça de veludo ou bunda de fora”.

“É preciso que esses treinadores retranqueiros diminuam os números de volantes brucutus e escalem mais gente de fino trato com a bola no meio de campo. É preciso trocar os laterais defensivos por alas apoiadores. Quem tem medo de ir ao banheiro, não pode comer”. Palavras do amigo filósofo!