Quase tudo definido

Dezembro chegou. É época de balanços e comemorações. As comemorações são aquelas de praxe. Algumas mais suntuosas, outras nem tanto, mas sempre tem. Tanto faz se com vinho importado ou com aquele uísque clandestino, fabricado em destilarias caseiras, mas tem sim senhor.

Do ponto de vista dos balanços, quem perdeu muito trata de descobrir onde foi que errou e de redefinir as ações, sob pena de não o fazendo tudo se repetir no próximo ano. E repetições, convenhamos, quando acontecem na vida sempre deixam no ar um cheirinho de farsa. Ou de falta de ideias.

E ainda do ponto de vista dos balanços, é preciso entender que mesmo os vitoriosos não podem dormir sobre os louros do triunfo. Esses também precisam buscar meios que os façam permanecer vencedores, melhorando o próprio desempenho. Não fazendo isso, serão atropelados no tempo que virá.

Essas reflexões me ocorrem quando me volto para o futebol e vejo as tabelas de classificação. Existe muita gente, a essa hora, amargando a decepção do rebaixamento. E existem outros que estão surfando na onda do sucesso, chegando no lugar mais alto do pódio ou muito perto deste.

Na Série C do Campeonato Brasileiro, por exemplo, provavelmente, os dirigentes de Manaus (AM), América (RN), Altos (PI) e Pouso Alegre (MG), rebaixados para a Série D do ano vindouro, se mantém, a essa altura, traçando os planos para subirem novamente a ladeira no momento seguinte.

Enquanto isso, na mesma série, tudo se resume em alegria para dirigentes, jogadores e torcedores de Amazonas (AM), Brusque (SC), Paysandu (PA) e Operário (PR). Para esses, fruto da própria competência e capacidade de trabalho, Papai Noel se adiantou no calendário gregoriano.

No que diz respeito à Série B, quais clubes não gostariam de estar agorinha nos lugares de Vitória (BA), Juventude (RS), Criciúma (SC) e Atlético (GO), que lograram subir para a divisão de elite, depois de campanhas do mais alto gabarito? Quem não gostaria de estar no lugar deles?

Enquanto isso, na Série A, América (MG), Coritiba (PR) e Goiás (GO), rebaixados prematuramente, já traçam planos para recomeçar. Bahia (BA), Vasco (RJ) e Santos (SP) esperneiam. Já Palmeiras (SP), Botafogo (RJ), Atlético (MG) e Flamengo (RJ) transitam em céu de brigadeiro.

Para alento dos que hoje sofrem, em futebol (assim como na vida) nada permanece igual no minuto seguinte. A tristeza de hoje, dependendo das ações dos envolvidos, pode se transformar na alegria de amanhã. E vice-versa. Cada alvorecer pode trazer muitas surpresas. Que venham novos dias!

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