O Rio Branco passou boa parte da série D do campeonato brasileiro deste ano sem provar o gosto da derrota. Foram sete jogos nessa condição: cinco vitórias e dois empates. Um desempenho que lhe garantiu dezessete pontos e uma boa gordurinha acumulada para terminar a primeira fase em primeiro lugar do Grupo A1. De repente, porém, vieram dois tropeços.
O primeiro tropeço, semana passada, foi contra o Genus, em Porto Velho. O segundo foi nesse sábado, em casa, contra o amazonense Princesa do Solimões. A derrota para o Genus eu não vi. Assim, quase nada posso falar a respeito. Contra o Princesa, porém, eu posso dizer qualquer coisa, uma vez que fui testemunha ocular, presente de corpo, alma e couro.
No meu entendimento, foi um resultado meio que “fortuito”. O Princesa do Solimões fez o seu golzinho e tratou de se entrincheirar na defesa para garantir a chamada rapadura. Ficou cozinhando o Rio Branco, na esperança de acertar um contra ataque e matar o jogo de vez. Tomou o maior sufoco. Mas o que conta mesmo é que foi capaz de resistir e ganhar.
Pragmaticamente falando, a situação que se configurou foi a seguinte: o Estrelão acreano tinha que fazer um pontinho mísero em nove possíveis, mas perdeu os seis que disputou. Resultado: foi dormir na maior angústia na noite de sábado, uma vez que fará o último jogo fora de casa, contra o roraimense São Raimundo e corria o risco de nem passar de fase.
Quem tratou de tranquilizar o campeão acreano foi a mão (talvez só o dedinho, o “mindinho”, sei lá eu) do destino. Com o empate no domingo entre Genus e São Raimundo, só o Princesa do Solimões é que pode fazer mais pontos do que o Rio Branco. A luta agora, então, é apenas para garantir o primeiro lugar do grupo. Posição importantíssima, vital até.
E por que é tão importante terminar em primeiro lugar do grupo? Simples. É que isso garante fazer a segunda partida do mata-mata em casa, com o apoio da torcida e sem o desgaste de uma viagem às vésperas da decisão. Não que esses fatores garantam alguma coisa (se jogar mal perde em qualquer lugar). Mas que dão uma boa vantagem, isso é bem real.
Quanto ao Atlético, o nosso segundo representante na série D, tudo o que lhe resta é terminar com honra a competição. Claudicante durante todo o primeiro turno, o Galo perdeu pontos que não podia perder. O sonho azul de ascender de divisão virou fumaça ante a falta inicial de pontaria dos atacantes celestes. Vencer o “amistoso” de sábado serve só de consolo.
Um detalhe: com a saída do Atlético, a responsabilidade do Rio Branco aumenta ainda mais. É que se o Estrelão não subir para a série C, em 2015 o futebol acreano terá apenas um time disputando uma das divisões nacionais. Justamente, outra vez, a série D. Se o Rio Branco subir, um time disputará a série C e outro jogará a série D. Melhor assim, né?
Francisco Dandão