Recebi um dia desses um texto produzido pelo ex-lateral esquerdo Antônio Maria, reconhecido como um dos maiores jogadores do futebol acreano dos tempos do amadorismo. Um texto cheio de reminiscências, escrito no Dia do Amigo, tendo como foco o falecido craque Dadão.
O Antônio Maria e o Dadão, vizinhos de bairro na infância, cresceram batendo peladas nos mesmos espaços.
Mas vamos ao texto, o qual eu reproduzo aqui alguns trechos, lembrando que o ex-lateral mora hoje em Foz do Iguaçu. Daí talvez a nostalgia!
“(…) Comecei a lembrar dos meus amigos, a maioria a quase 3.400 km de distância de onde eu moro. Outros tantos já não se encontram entre nós. Daí tomei a decisão de focar em um dos muitos amigos que tenho a honra de chamar assim. (…) Após muita reflexão, escolhi o Dadão. Fechei os olhos e comecei a fazer uma retrospectiva.
(…) No início da década de 1960, meninos de dez anos (tínhamos a mesma idade, nascemos em 1950, ele dia 18 de julho e eu em 17 de outubro). Ele morava na rua Floriano Peixoto, próximo à Rádio Difusora Acreana e eu há uma quadra, no início da rua Benjamin Constant. As peladas ocorriam nos campinhos improvisados: em frente à Difusora no terreno da casa dos pais da escritora Glória Peres; outro campinho ficava em frente à Catedral onde hoje é a Pracinha dos Tocos; o terceiro campinho era onde hoje é o Sesc e finalmente a quadra em frente ao Palácio do Governo.
(…) Esses foram os principais palcos onde o Dadão se apresentava antes de chegar aos clubes de futebol. Lembro ainda que estudamos o primário na mesma turma. No Colégio dos Padres lembro dos amigos Ricardo Eluan, Romeu, Irmãos Beirute, Mário Gil, Temístocles, Roney Neves, Eloy Abud Filho, D’anzicourt, Jansen Pacheco, dentre outros.
(…) Na metade da década, partimos para excursões nos municípios próximos de Rio Branco: Boca do Acre-AM, Xapuri-AC e Sena Madureira-Ac. Em 1966 surgiu o Juventus, que eu ajudei a fundar. Ele, como jogava muito, já era jogador do Rio Branco. Eu era juvenil do Juventus. Em 1969, cheguei à equipe principal do Clube do Povo.
(…) Ainda em 1968 servimos o Exército Brasileiro. Eu e o Dadão fizemos um curso para cabo recruta e com seis meses de caserna fomos empossados como cabos. Em 1970, Dadão deixou o Acre e foi brilhar no futebol carioca, no Fluminense.
(…) Em 1973, ele voltou para o Juventus onde continuamos jogando juntos. Em março de 1976, interrompi minha carreira de jogador por um ano e fui estudar na USP, retornando a tempo de jogar as últimas partidas do campeonato daquele ano. E em 1978 fui morar em Porto Alegre onde fiz o mestrado em Ensino de Física na Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Voltei três anos depois e encerrei minha carreira futebolística ganhando o Copão da Amazônia de 1981.”