Rio Branco foi gigante na Copinha

O Flamengo, último campeão da Copa São Paulo de Futebol Júnior, faz um longo caminho para disputar a competição. Um torneio todo final de ano realizado no Rio Grande do Sul, que já foi chamado de Campeonato Brasileiro de Futebol Sub-20 e hoje tem o nome oficial de Copa Ipiranga Sub-20, é considerado pelo Rubro-Negro preparativo para a Copinha – esse campeonato no Sul é até televisionado por canal esportivo fechado e costuma contar com a participação de equipes de ponta do Brasil e do exterior.

Um mês antes de disputar essa competição gaúcha no ano passado, o Flamengo Sub-20 tinha sido campeão do Torneio Otávio Pinto Guimarães, ocorrido entre clubes do Rio. Em setembro e outubro de 2016, o Rubro-Negro disputou a Copa do Brasil Sub-20. Em agosto, chegou a ir à final do Campeonato Carioca Sub-20, mas perdeu nos pênaltis para o Botafogo – essa competição começa poucas semanas depois da Copinha. Em maio, o rubro negro estreou no Campeonato Brasileiro Sub-20, mas caiu da competição em junho.

Essas participações ocupam o time da Gávea o ano inteiro. Trata-se apenas da equipe Sub-20, mas o Flamengo tem o Sub-13, Sub-14, Sub-15 e Sub-17, também com extensa programação e participação em torneios internacionais inclusive. Há ainda sistemática seção de jogadores em formação no Flamengo para as diversas categorias de base da seleção brasileira, que só se reúne para torneios com equipes estrangeiras, na maioria das vezes para atuar no exterior.

Outros clubes da elite do futebol brasileiro fazem quase o mesmo caminho que o Flamengo com suas equipes Sub-20. Dentro desse contexto, é impossível um clube desse porte cair na fase de grupos da Copinha.

Na segunda fase, é até muito prematura o caso de desclassificação, principalmente quando se sabe que ela aconteceu contra um clube de preparação bem mais modesta do que esse exemplo dado acima – porém, esse ano ocorreu isso com o Grêmio, Palmeiras e São Paulo. Ressalta-se ainda que existam times intermediários com preparação hoje bem próxima à elite, como é o caso dos clubes-empresa, que também disputam a Copinha.

Assim, a passagem do Rio Branco foi heroica para a segunda fase da Copa São Paulo de Futebol Júnior. O time foi reunido dois meses antes da competição, fez lá seus amistosos, pegou um transporte e veio parar em São Paulo para enfrentar de frente uma realidade infinitamente maior do que a dele.

Dentro desse quadro, diria que o Rio Branco foi gigante na Copinha. E talvez fosse o momento de pensar o que o fez chegar mais perto de estruturas do mundo do futebol como a do Flamengo. Por certo, não foi só a sorte de agregar bons jogadores.