Se eu não estou enganado, coube ao acreano Galvez levar a pior surra da primeira rodada do Campeonato Brasileiro da Série D de 2020: 5 a 1 no confronto contra o amazonense Fast Club. Uma pancada pra lá de humilhante, ainda mais levando-se em conta que foi dentro da própria casa.
Teve outras duas goleadas. O maranhense Juventude Samas meteu 4 a 0 no amapaense Santos. E a paulista Ferroviária, também como visitante, sapecou 4 a 1 no paranaense Nacional. Resultados que demonstram absoluta supremacia dos times vencedores. Mas perder de 5 a 1 mesmo, só o Galvez.
É certo que o Galvez estreou com alguns desfalques. Mas não creio que esse tenha sido o fator decisivo para uma derrota tão contundente. De modo geral, alguns desfalques podem ser bem contornados com os reservas. A não ser que os atletas ausentes sejam fora de série, o que não é o caso.
O placar se configura ainda mais surpreendente uma vez que que o Imperador havia recém conquistado, com méritos, o título de campeão acreano. Inicialmente, portanto, creio que a maioria dos torcedores esperava que o Galvez fosse o time do Acre mais confiável na disputa da Série D.
Aí, por todos esses fatores e argumentos elencados nas linhas precedentes, eu fiquei pensando no que poderia ter acontecido para essa apresentação tão pífia do Imperador Galvez. Pensa daqui, pensa dali, me ocorreram três possibilidades para explicar essa feia derrota do time militar.
Primeira possibilidade: o pessoal do Galvez ainda se encontrava saboreando (e comemorando) o primeiro título conquistado pelo clube, uma semana atrás. Nesse caso, com a alma em êxtase, o time entrou em campo com os pés e o pensamento num passado recente, distraído e desconcentrado.
Segunda possibilidade: o almoço dos jogadores do Galvez, no domingo, algumas horas antes da partida, foi à base de jaraqui, aquele peixe tão apreciado na gastronomia amazonense, presenteado pela delegação do Fast Club. Um jaraqui, naturalmente, batizado com algum tempero estranho.
Terceira possibilidade: a turma do Galvez em nenhum momento acreditou que o apelido de Rolo Compressor pelo qual é conhecido o Fast tinha alguma coisa a ver com o desempenho do time. Ficou todo mundo pensando que era só uma metáfora (ou hipérbole?) fora de qualquer contexto.
Enfim, o Galvez teve uma estreia que ninguém deseja para os piores inimigos (talvez deseje sim). Menos mal que o Rio Branco, pela mesma Série D, fez valer a sua condição de anfitrião, e meteu dois gols a um no Independente. E menos mal que o Atlético arrancou um empate fora de casa.