Sem a Copa do Brasil, Fla fecha o ano no vermelho

O Flamengo não chegou à final da Copa do Brasil. Por conta disso, o rubro-negro deverá fechar o ano no vermelho. Para um clube pautado em equilibrar as finanças, a situação é desconfortante.

Nas últimas semanas, o que mais se ouviu de dirigentes rubro-negros foi a necessidade do clube conquistar a Copa do Brasil, para terminar 2014 no azul e, ao mesmo tempo, aumentar a adesão ao projeto sócio torcedor, fonte de renda que cresceu nos últimos tempos entre os grandes clubes. Do técnico Vanderlei Luxemburgo ao presidente Eduardo Bandeira de Mello, o discurso foi uníssono nessa direção.

O título do torneio reforçaria em mais de R$ 10 milhões seu caixa. Esse dinheiro cairia bem na previsão orçamentária de 2014, que há algumas semanas apresentava déficit de R$ 20 milhões.

Em outra vertente, a conquista da Copa do Brasil alavancaria o programa de sócio-torcedor, que andou declinando por conta da má fase do clube no Campeonato Brasileiro. O projeto teria novo fôlego e talvez conseguisse se aproximar da meta de ter 80 mil membros, arrecadando com isso algo em torno de R$ 50 milhões/ano – hoje, o número de sócio torcedores do rubro-negro anda na casa de 60 mil.

A administração Bandeira de Mello diminuiu a dívida total do Flamengo, de R$ 750 milhões para cerca de R$ 600 milhões. No entanto, o valor alto dos débitos a pagar é ainda perturbador. Em meio a este cenário, é certo que em 2015 o discurso realista não vai mudar.

No campo, 2013 foi muito parecido com 2014 no Flamengo, com um desempenho complicado no Campeonato Brasileiro e conquistas de importância relativa: Copa do Brasil (2013) e Campeonato Carioca (2014).

A diferença é que se percebe neste final de ano um time mais aguerrido e comprometido. Há uma expectativa de que em 2015 a equipe se torne competitiva. O fato é que se montou um grupo de jogadores mais promissor, abandonando a ideia de se trabalhar com atleta-refugo nem sempre disposto a evoluir com o time.

Porém, o Flamengo precisa repensar seu planejamento para 2015 sem Libertadores e com uma atuação mais digna no Campeonato Brasileiro. Terá que repensar também a estratégia de ganhar dinheiro para não chegar ao final de ano no sufoco e sem possibilidade de investimentos futuros.

Em meio a um calendário engessado e pautado pelos interesses da televisão aberta, as chances de mudanças são restritas. Mas é preciso ver o que fazer o quanto antes.

Augusto Diniz