Sem clube, não há futebol

Com a crise sanitária e econômica instalada em todo o planeta, dada a pandemia do Covid-19, a Fifa estuda um meio de “ajudar” financeiramente o futebol mundial.

Em comunicado enviado à AFP, a entidade máxima do futebol mundial, com sede na Suíça, reafirmou ter uma situação econômica “sólida”, com cerca de 1.5 bilhões de dólares em reservas, acenando assim com a possibilidade de colocar a mão no bolso e ajudar o futebol mundial.

Na segunda quinzena de abril, após a paralisação das principais competições mundiais e o adiamento da Eurocopa-2020, a Fifa anunciou a criação de um grupo de trabalho, composto pela entidade e as confederações, para estudar as consequências da crise do coronavírus sobre o calendário internacional e as janelas de transferências.

No Brasil, clubes das séries A, B, C e D se articulam para arrancar uma ajuda financeira dos cofres da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) no sentido de salvar a saúde financeira das agremiações neste momento de pandemia. No entanto, os pedidos, ao menos nos bastidores, estão causando mal estar dentro da CBF. A entidade futebolística, apesar de registrar R$ 957 milhões em receita total, crescimento de 43,3% em relação a 2018, explica que boa parte desses valores diz respeito ao Fundo de Legado da Copa do Mundo de 2014, necessitando assim de uma autorização da Fifa para a possibilidade de uma partilha, isso justificado pelo fato dos recursos serem direcionados a projetos de infraestrutura, como construção de CT de futebol.

Em relação à aplicabilidade dos recursos arrecadados pela CBF na temporada passada, segundo o presidente Rogério Caboclo, eles foram investidos direta e indiretamente no futebol (R$ 545 milhões). Outro montante, orçado em R$ 215 milhões, foi para o custeio das seleções adultas e de base, além de R$ 320 milhões na realização de competições e no fomento do futebol pelo Brasil.

O dirigente disse ainda que a CBF recolheu R$ 189,6 milhões em encargos sociais e tributos federais, estaduais e municipais ao longo do exercício de 2019. O ativo total da confederação ao final do ano foi de R$ 1, 248 bilhão. O superávit da entidade em 2019 foi de R$ 190 milhões – aumento de 265% em relação ao ano anterior.

Portanto, se o país e o restante do planeta estão fazendo um grande sacrifico para a sobrevivência da espécie humana, a CBF precisa dar sua parcela de contribuição e deixar de lado esse modelo de capitalismo selvagem de acúmulo de receita para socorrer nossas agremiações neste momento de grande pandemia planetária. E lembrando aos dirigentes da entidade máxima do futebol brasileiro que, sem clube não há futebol.

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