Setentão

Um cracaço da fase amadora do futebol acreano completa 70 anos na próxima segunda-feira, dia 8 de março. Falo do ex-volante Márcio Tadeu Varela Belém, amazonense da cidade de Parintins, que começou a vida de futebolista no final da década de 1960, com a camisa do Nacional de Manaus.

Entre 1965 e 1973, Tadeu jogou por Nacional (juvenil, time principal e futebol de salão), Camtel (Companhia Telefônica do Amazonas – futebol de salão) e Rodoviária, ao lado de grandes expressões do futebol amazonense, como, entre outros, Mário Vieira, Rangel, Rolinha e Julião.

A transferência para o futebol acreano, que apesar do regime amador oferecia melhores compensações do que muitos estados em que já imperava o profissionalismo, se deu após uma excursão da Rodoviária-AM ao Acre. Elegante no trato com a bola, Tadeu impressionou a direção do Rio Branco.

Foi o olhar do advogado Edmir Gadelha, então presidente do Estrelão, que percebeu o quanto aquele volante amazonense poderia dar a estabilidade necessária ao meio de campo do time alvirrubro. Daí para o convite ao Tadeu foi só questão de algumas horas após o jogo da Rodoviária. E este aceitou!

Corria o mês de setembro de 1973 e o tempo provou que Edmir Gadelha tinha razão. Tadeu se encaixou à perfeição no Rio Branco. O jovem amazonense (22 anos à época) tornou-se um daqueles jogadores imprescindíveis. E logo os convites para mudar de camisa se acumularam.

O aniversariante da próxima segunda-feira ficou no Rio Branco até 1976, encerrando o seu ciclo no Estrelão com o título do Copão da Amazônia (torneio que reunia equipes amadoras das unidades federativas do Norte do país: Acre, Amapá, Roraima e Rondônia). Aí, Tadeu migrou para a Bolívia.

Tadeu assinou contrato com o Jorge Wilstermann, de Cochabamba, que jogaria a Copa Libertadores da América de 1977. Como o time boliviano não progrediu na competição, quatro meses depois Tadeu estava de volta ao Acre, mas agora para defender o Atlético, onde permaneceu até 1981.

Em 1982, nova mudança de ares. Aborrecido com o descaso do Atlético, que não o apoiou no tratamento fora do Acre de um problema renal, Tadeu foi jogar no Independência, onde ficou até o ano de 1984, assumindo, depois de pendurar as chuteiras, as funções de treinador, por breve período.

Uma vez encerrada a carreira, Tadeu resolveu permanecer no Acre. Nas terras de Plácido e Galvez, o amazonense construiu família e se graduou em Serviço Social. E se não fosse a pandemia, ainda estaria batendo o seu “bolão” nas peladas dominicais da Associação Jumbo. Vida longa ao Tadeu!