Sinal de alerta

O fracasso do Rio Branco na edição deste ano da Copa São Paulo de Futebol Junior acende uma luz amarela na direção do futebol acreano. O Estrelão perdeu as três partidas que jogou. Tomou doze gols e marcou somente umzinho. Uma peneira furada na defesa e um ataque inoperante.

Com esses números o Rio Branco foi uma das três piores equipes entre as 128 que disputaram a Copinha 2018. Vários times perderam também nas três vezes que jogaram. Casos, só para citar alguns, do Luverdense (MT) e do Ji-Paraná (RO). Mas poucos deles tiveram um desempenho tão sofrível.

No primeiro jogo, inclusive, contra o São Bernardo, para que não se diga que eu falo pela boca dos outros, eu estava presente ao estádio. Tomei uma chuva danada na cabeça, fiquei encharcado como um pinto saindo do choco, mas pude ver que o jogo foi do ataque paulista contra a zaga acreana.

É claro que se pode argumentar muita coisa para justificar o insucesso dos jovens atletas acreanos. Principalmente, creio eu, no que diz respeito às condições de treinamento e logística. Existe mesmo, nesses dois aspectos, uma diferença abissal entre um clube de São Paulo e um clube da Amazônia.

Mas, em contrapartida, pode-se argumentar também que em outras jornadas, mesmo levando goleadas aqui e ali, houve representações acreanas que conseguiram engrossar o caldo e dar algum calor nos adversários. Teve time oriundo da República de Galvez que conseguiu até avançar de fase.

E outra coisa: em jornadas anteriores, mesmo sucumbindo na primeira fase, houve aletas de times acreanos que se destacaram a ponto de chamarem a atenção de grandes cubes brasileiros. Vide o exemplo do Weverton, goleiro campeão olímpico e hoje no Palmeiras, que na época ficou no Corinthians.

Dessa vez, eu não tenho notícia de qualquer jogador do Rio Branco que tenha sido procurado por algum olheiro ou dirigente para ingressar em algum clube de ponta do futebol brasileiro. Não garanto que isso de fato não tenha acontecido. Estou dizendo apenas que eu não fiquei sabendo de nada.

Então, levando em conta todo esse quadro nebuloso que eu pintei até este ponto do texto, penso que é preciso analisar a situação com todo o cuidado. Afinal de contas, se não existe qualidade na base, de onde os clubes irão tirar matéria prima para abastecer os seus elencos principais no futuro?

Por último, devo confessar um estranhamento. É que um dia desses eu assisti jogos do campeonato acreano sub-17 e vi um monte de garotos gastando a bola no gramado do Florestão. Aí eu já não sei o que pensar. A não ser que o problema esteja nessa geração sub-20. Se for isso, menos mal.