Sub-20

O Brasil é o maior vencedor do Campeonato Sul-Americano de Futebol Sub-20. De 1954 até os dias de hoje, 26 edições já foram realizadas. Destas edições, a nossa seleção brasileira subiu ao degrau mais alto do pódio em onze oportunidades (1974, 1983, 1985, 1988, 1991, 1992, 1995, 2001, 2007, 2009 e 2011) e foi vice-campeã em outras sete vezes.

Se considerarmos que em 1958, 1967 e 1999, o Brasil chegou em terceiro lugar, então somamos 21 edições em que a seleção nacional figurou entre os quatro primeiros. Ou seja: em míseras cinco oportunidades os rapazes costumeiramente vestidos com o uniforme verde e amarelo não trouxeram medalha pra casa. Um desempenho pra lá de invejável, portanto.

No campeonato de 2013, entretanto, a participação brasileira foi um enorme fiasco (a redundância é proposital, caríssimo leitor). O Brasil sequer passou da primeira fase. Jogou quatro vezes e ganhou apenas uma partida: um a zero na Venezuela. Nas outras três, perdeu duas vezes (3 a 2 para o Uruguai e 2 a 0 para o Peru) e empatou em um a um com o Equador.

Não tardaram teses para explicar os motivos de tão insignificante desempenho. Uns disseram que os meninos entraram de salto alto e que teriam entendido que a camisa sozinha poderia ganhar os jogos; outros acharam que se tratou de um acidente de percurso; e houve quem defendesse a ideia de que o Brasil não produzia mais craques como antes.

Dois anos se passaram e eis que chegamos a outro campeonato sul-americano da categoria. Novos jogadores, novas ideias (?). O desempenho do Brasil por enquanto, do ponto de vista de resultados, é melhor do que em 2013. Até aqui, em três partidas jogadas, o Brasil ganhou duas vezes (2 a 1 no Chile e 2 a 0 na Venezuela) e perdeu uma (2 a 0 para o Uruguai).

O que o time tem apresentado em campo, entretanto, deixa dúvidas quanto ao lugar onde ele poderá chegar. Nervosa, sem poder de penetração nas defensivas adversárias e com panes frequentes na sua retaguarda (os zagueiros prestam mais atenção na bola do que nos atacantes inimigos), a seleção do Brasil tem jogado um futebol de quase nenhuma inspiração.

Para um torcedor que senta à frente da televisão, depois de um dia de labor, em busca de uma diversão que possa fazê-lo dormir mais tarde e sonhar com os gols de antigos malabaristas com uma bola nos pés, a realidade é chocante: a técnica os meninos do Brasil já não prevalece. O placar é magro e parece ser uma dádiva divina uma vitória por meio a zero.

Por tudo isso, quero crer que das três teses formuladas em 2013, a que mais tende a se confirmar é a de que o Brasil não produz mais craques como antes. Grande parte dos meninos da seleção sub-20 já é profissional em seus clubes e ganha salário de gente grande. Na prática, porém, muitos não valem o que pesam. Efetivamente só um ou outro é que se pode salvar!

Francisco Dandão