Tempo de decisão

Dias danados esses, né não? É uma decisão atrás da outra. Não tá dando tempo nem pra gente respirar. Refletir, então, nem pensar. Sucedem-se os discursos, os debates e a gente fica cada vez mais perplexo. O jeito parece ser ligar o piloto no automático e seguir meio que ao sabor do vento (ou dos gols), torcendo para que tudo dê certo para o lado da nossa paixão.

Veja-se, a propósito disso que eu falei aí no primeiro parágrafo, a decisão deste domingo. Barra pesadíssima essa de escolher um monte de gente para legislar e dirigir os destinos do país pelos próximos anos. Tem candidato de “montão”, como se dizia nas melhores gírias dos anos em que se profetizava estar próxima a “era de Aquarius”, a da “paz e do amor”.

Assisti aos debates e fiquei mais confuso do que antes. A rigor, o que deveria ser um momento de esclarecimento das propostas dos candidatos para o futuro do país acabou mesmo foi num festival de acusações e porcarias jogadas num ventilador. Cheiro pútrido num ar de pestilência. Mais do que adversários, os candidatos parecem inimigos mortais.

Nesse sentido, vai ser mesmo uma parada federal essa decisão de domingo. Um daqueles clássicos de vale tudo (inclusive gravata mata leão e chute nas regiões pudendas), onde o vencedor acaba saindo do ringue com luxações nas costelas, dedos quebrados e com uma terra arrasada por recuperar. Tomara tenha prorrogação, pra ver se sai alguma coisa depois.

Bom, mas essa não é a única decisão envolvendo acreanos neste fim de semana. Um dia antes, no sábado, aqui na Arena da Floresta, tem outra decisão complicada. Justamente a que envolve o nosso representante na série D do campeonato brasileiro, o Rio Branco, contra o goiano Anapolina. O que passar, segue lutando pelo acesso à série C de 2015.

No primeiro jogo, domingo passado, em Anápolis, sem troca de farpas ou propaganda na televisão, a igualdade de forças ficou estampada no placar: 1 a 1. Agora, um resultado em zero a zero dá a classificação ao Rio Branco. Novo resultado em 1 a 1 leva a decisão para os pênaltis. De 2 a 2 pra frente quem se classifica (escrevo e bato na madeira!) é o Anapolina.

O Rio Branco, é verdade, tem tudo a seu favor para ser eleito (perdão, eu quis dizer “tem tudo para se classificar”). Tem tudo, mas não pode repetir erros de posicionamento na bola parada do adversário, nem ficar brincando de perder as oportunidades de gols criadas. Tem que ser sério e competente, tratar a bola com o carinho que ela (deusa) merece!

Por último, só mais uma coisinha: a de que na decisão de sábado (ao contrário daquela de domingo), não existe chance de prorrogação, segundo turno ou coisa que o valha. Alguém mata e alguém morre. O ponto de mira é o olho. Fuzilamento da marca fatal! A verdade dessa decisão não está nas palavras de um candidato. A verdade é um chute na junção de duas traves!

Francisco Dandão