Temporada do futebol começa com os problemas de sempre

Agressões em vestiário, morte de torcedor, desentendimento entre clubes e federação, falta de caixa e arquibancada vazia.

Foi assim o início dos principais campeonatos estaduais. Não há, porém, nenhuma surpresa nisso. Todo começo de temporada, há anos, o quadro é o mesmo.

No Rio, Flamengo e Fluminense se desentendem com a Federação por conta de preços de ingressos no campeonato estadual – clubes não querem valor tabelado. As trocas de acusações estão na imprensa há dias.

Como represália, a Federação remarcou o primeiro jogo do tricolor carioca para Volta Redonda, a cerca de 100 km da capital, quando deveria ter sido no Maracanã.

Ainda no Rio, no primeiro jogo do rubro-negro, no Moacyrzão, o vestiário do adversário, o Macaé, foi invadido por torcedores do Flamengo antes da partida e o goleiro Ricardo Berna saiu ferido. O caso foi parar na polícia.

No Campeonato Gaúcho, uma briga entre torcidas do Novo Hamburgo e Aimoré, em uma estação de metrô, em São Leopoldo, região metropolitana de Porto Alegre, resultou na morte de um torcedor, que foi baleado.

Também no Gauchão, o argentino Barcos foi decisivo para vitória do Grêmio. Marcou dois gols. Mas com a necessidade de se livrar de atletas com salários altos, o tricolor gaúcho deverá vendê-lo para um clube chinês.

Na mesma linha, o Santos, em uma de suas maiores crises financeiras (mesmo depois de ter vendido Neymar, em uma das negociações mais nebulosas da história do futebol recente), conseguiu montar um time com alguns veteranos. Está ainda tentando pagar direitos atrasados aos seus atletas.

Em Curitiba, o Coxa levou exatos 677 torcedores em seu primeiro jogo pelo Campeonato Paranaense. O número pífio revela uma competição com pouco interesse de público – vale ressaltar que o Atlético-PR começou o campeonato com a sua equipe sub-23, como tem feito em edições recentes.

O panorama do futebol brasileiro envolvendo seus principais campeonatos estaduais se apresenta sem novidades. Os problemas são os mesmos. O duro é que não há nenhum sinal que este cenário irá mudar. E o reflexo é direto no campo: partidas abaixo da crítica.

Augusto Diniz