Tomate em alta

Seja como for, venha o que vier (de acordo com a música, já está valendo até dançar homem com homem e mulher com mulher), o Tomate está em alta, tanto no mercado do futebol quanto nas feiras livres. Um porque fechou o gol do Andirá Sub-20. O outro por conta da inflação desenfreada.

Como para essas mal traçadas de hoje o que conta é o Tomate do futebol, vamos ao que interessa, que eu não aguento deixar de meter o meu bedelho num assunto dessa magnitude. Antes, porém, devo dizer logo de cara que eu sou um desses tarados pela vacina que a canalhada tanto abomina.

Pois bem. Dito isso, sigamos em frente. Primeiramente, não posso deixar de louvar esse garoto que saiu do interior do Acre para se transformar num paredão de um jogo contra um clube do potencial (técnico e financeiro) do Galo Mineiro. O cara, enquanto esteve em campo, pegou até pensamento.

O Andirá, pra falar a verdade, não chegou nem uma vezinha a incomodar o goleiro dos mineiros. Foi um jogo de ataque contra defesa. O Atlético atacando e o Andirá defendendo. O setor defensivo do Morcego do Acre, porém, não teria sucesso se não fosse essa muralha chamada Tomate.

A propósito, já que eu estou falando de goleiros, deve-se lembrar que o futebol acreano sempre esteve muito bem servido nessa posição. Ao longo da história, de vez em quando um goleiro nascido nas terras de Chico Mendes e Galvez é (ou foi) convocado para prestar os seus serviços pelo mundo.

Enquanto escrevo, lembro de três nomes dessa posição que brilharam no futebol de outros estados: Zé Augusto, Xepa e Weverton. O primeiro, no final dos anos de 1960, foi para o Flamengo carioca. O segundo, na década de 1970, jogou no Fast de Manaus. E o terceiro, este dispensa comentários.

Mas voltando ao Tomate da Copinha, que fechou o gol e foi sacado das traves na hora do pênalti, o que fez todo mundo cair de pau no treinador Kinho, por conta da substituição, talvez ali, por vias transversas, tenha começado verdadeiramente a carreira do garoto. Agora só depende dele.

Com o convite que ganhou para fazer testes no próprio Atlético Mineiro, o Tomate só tem que repetir em cada treino o que fez no jogo de quarta-feira passada: exercitar a sua técnica e encarar com a maior seriedade possível essa oportunidade que o destino lhe está dando para subir na vida.

Quanto ao técnico Kinho Brito, embora eu também considere que ele tenha tomado uma decisão infeliz, não creio que se deva apedrejá-lo. Afinal de contas, caso o goleiro que entrou no lugar do Tomate defendesse o pênalti, a essa hora muita gente o estaria alçando ao patamar de grande estrategista!