A inteligente alternativa encontrada para transmissão do clássico Atlético-PR e Coritiba pelo Paranaense que, no fim, acabou não ocorrendo por interferência da federação de futebol local, precisa de regulamentação. É irreversível a geração via internet de partidas de futebol ao vivo, em detrimento à televisão que a cada dia perde audiência, mas tem que se fazer dentro do regime já existente na mídia eletrônica.
Primeiro, é necessário que os clubes estejam de acordo e a transmissão seja feita por profissionais. Em ambos os casos o clássico do Paraná estava coberto, já que foi uma decisão dos dois times – que não aceitaram a proposta financeira da Globo para transmissão via televisão -; e o trabalho daria-se por comentarista, repórter e câmera devidamente registrados, segundo os clubes.
Mas há casos ocorrendo na Europa em que a transmissão tem sido realizada de forma ilegal. Há perfis do Facebook, por exemplo, retransmitindo da TV as rodadas dos campeonatos Espanhol e Inglês. Há inúmeros seguidores desses perfis, que na verdade são comunidades de futebol, que criam perfis alternativos somente para uma transmissão de jogo específica e depois a cancelam.
Já é conhecida a prática de sites esportivos temporários que reproduzem partidas transmitidas por canal fechado, mas pelo Facebook trata-se de uma novidade.
Há também casos relatados no Brasil de uso da rede social para transmissão de jogos ao vivo. Só que, por vezes, ela tem sido feita por alguém em algum ponto central do próprio estádio da partida, não necessariamente pelo Facebook, mas utilizando outra rede social, como o YouTube ao vivo.
A prática pode ser ilegal, se estiver sendo transmitida principalmente sem acordo entre os clubes e envolvendo profissionais não registrados para realização de cobertura jornalística esportiva. Isso deprecia a atividade e pode não ser benéfica.
O fato é que já se descobriu o potencial da web para transmissão ao vivo, na medida em que as redes de voz e dados ganham estabilidade e capacidade de geração de imagem com alta resolução, sem tantas interferências e atrasos, e com qualidade quase semelhante à televisão convencional.
A questão vai ser regular isso para evitar a atuação precária e amadora da prática dentro do estádio, em detrimento ao jornalismo esportivo sério e comprometido.