Como eu disse na crônica anterior, por esses dias ando batendo pernas pelo Rio de Janeiro, a cidade para sempre maravilhosa onde aterros, areias e pedras namoram desde muito antigamente com as ondas do mar. As ondas vão e voltam e os namoradores por ali, impávidos, esperando a hora do beijo.
Estou no Rio e sou tricolor de coração, como todos os homens (e mulheres, ressalte-se) de bom gosto e de boa vontade (vide Nelson Rodrigues, Mário Lago, Manoel Façanha, João Braña e congêneres). Estou no Rio e deveria ter ido ver o Flu jogar em Volta Redonda, no domingo.
Deveria ter ido, mas não fui. Descuidei-me apreciando a paisagem da Barra da Tijuca e quando dei por mim percebi que não havia mais tempo hábil para percorrer os 150 quilômetros até o local do jogo. Menos mal que agora, com a magia da televisão, a gente pode ser testemunha à distância.
E então, tal e qual você que lê essas mal traçadas de hoje, em qualquer lugar do planeta, vi por vários ângulos os gols dos “gringos” Arias e Cano, na vitória do Fluzão por 2 a 1. Colômbia e Argentina a serviço do Tricolor das Laranjeiras. Um verdadeiro sincretismo musical: cúmbia, tango e samba!
A propósito, não tenho nenhum pudor por exaltar os colombianos. Além de eles praticarem um futebol de verdadeiro requinte técnico, ainda tratam os brasileiros com toda a fidalguia. Recentemente estive no país dos “cafeteiros” e, aqui pra nós, poucas vezes fui tão bem tratado nas “estranjas”.
Prova disso que eu chamo de requinte técnico foi o passe do Arias para o Cano, colocando o pé debaixo da bola e dando uma levantadinha de leve, só a conta de vencer a zaga adversária e deixá-la à feição para o arremate do atacante. Uma pintura! Lance digno de ser colocado numa moldura dourada!
No que diz respeito aos argentinos, pela costumeira arrogância deles, que se dizem, via de regra, mais europeus do que latinos, esses eu só elogio quando não tenho saída. No caso do Cano, que jogador fantástico! Não tem bola perdida para o sujeito. Um artilheiro como poucos atuando hoje no país.
Por uma razão ou por outra, o certo é que o Fluzão está chegando “nas cabeças”. À frente dele nesta hora só mesmo o Corinthians e o Palmeiras. Mas não muito à frente. Ambos, certamente, já estão sentindo o bafo do Tricolor no cangote. E “se bobear”, como se diz nas rodas, “a gente pimba!”
É isso, criaturas. O próximo show já está marcado. Vai ser contra o Fortaleza, nesta quinta-feira, dia 28 de julho, no Castelão cearense. Nada melhor do que um palco dessa magnitude para dar visibilidade aos artistas tricolores. Dou dois gols de vantagem. Do jeito que vier, são três palitos!