O Atlético Acreano foi ao interior da Bahia no último final de semana e tomou uma pancada feia da Juazeirense. Caiu de quatro. Não creio que alguém esperasse uma derrota do Galo por um placar tão dilatado, uma vez que o time comandado por Álvaro Miguéis vinha atropelando os adversários.
Além do mais, essa mesma Juazeirense havia sido amassada pelo Atlético há menos de dois meses. Os baianos levaram um passeio quando estiveram em Rio Branco. Pegaram de cinco a zero. Se fosse aquelas competições de resultados agregados, o Galo teria um gol de vantagem.
Levando em conta que os placares foram tão díspares em tão pouco espaço de tempo, eu fiquei pensando no que poderia ter acontecido para tais resultados. E a coisa mais plausível que me ocorreu foi a de algum estranhamento das respectivas delegações visitantes no tocante à culinária.
De acordo com dois espiões que eu mantenho ligados 24 horas vigiando os passos dos times que jogam em Rio Branco, a turma da Juazeirense se esbaldou de rabada no tucupi num “restô” do Novo Mercado Velho. Quanto mais as línguas tremiam, dizem eles, mais os caras comiam.
E daí para a goleada que levaram do Atlético foi só questão de chegarem ao Florestão. Pesados e com os reflexos pouco apurados, os atletas da Juazeirense viraram presas fáceis. Do primeiro ao último minuto, ninguém do time deles conseguiu engatar a quinta marcha naquela jornada.
Aí, como o mundo não para de girar, veio o dia do troco. Chegada a vez do Atlético fazer as vezes de visitante, a moçada do time acreano, também de acordo com os meus informantes, teria caído de boca no vatapá mais apimentado que se tem notícia no sertão baiano. O cuspe virou fogo!
Os baianos são mestres na arte de fazer vatapá. Gentis como só eles sabem ser, ainda perguntam para os comensais se a iguaria deve ser servida fria ou quente. De modo geral, todo mundo diz que quer quente. O que poucos sabem é que o quente deles significa apimentado. E pimenta braba.
Dessa forma, não dava mesmo para o Atlético fazer frente à Juazeirense dentro de campo. Com a boca queimando e sob um sol daqueles de rachar coco verde, os craques o Galo viram o adversário passear no primeiro tempo. Quando o efeito da pimenta passou, Inês já era morta.
Apesar da goleada sofrida, porém, o Atlético ainda é o líder da chave A nesse brasileirão da Série C e a classificação para a próxima fase só depende das suas próprias forças. Se fizer o dever de casa no próximo domingo, contra o potiguar Globo, já estará lá. O Galo vai sim chegar lá!