Tudo nos conformes

Francisco Dandão

O primeiro turno do campeonato acreano de futebol profissional 2014 já foi para o espaço. Até aqui, tudo como manda o figurino. Nenhuma surpresa na tabela de classificação. O Atlético lidera, seguido de perto pelo Rio Branco, enquanto Plácido de Castro, Vasco da Gama e Galvez lutam pelas outras duas vagas nas semifinais. Roteiro absolutamente previsível!

A movimentação dos “cartolas” do Galo Azul do Segundo Distrito e do Estrelão, amplamente divulgada pelo noticiário esportivo, na formação dos respectivos elencos, sinalizava desde sempre para essa posição de cabeça a cabeça entre os dois. O primeiro, em busca de um título que não vê há mais de 20 anos; o segundo querendo recuperar a hegemonia local.

E note-se que nem um nem outro – Atlético e Rio Branco – parecem ainda satisfeitos com o grupo de jogadores contratados. A impressão é que os seus elencos estão sempre abertos para os reforços. O Rio Branco, talvez por haver perdido o confronto direto, demonstra mais avidez nessa busca. Tanto que quase toda semana chega um jogador novo ao “José de Melo”.

Na parte de baixo da mesma tabela, Andirá e Alto Acre jogam rodada a rodada no intuito único de somar uns pontinhos que possam fazê-los dar uma respirada. Das sete partidas que jogou, o Andirá pelo menos conseguiu empatar uma e vencer outra. Já o Alto Acre segue virgem de vitórias, ajudando os atacantes adversários a brigarem pela artilharia.

A respeito desse péssimo desempenho do Alto Acre, eu ouvi duas criaturas: o Ezequias “Açaí Sarado” e o Rodrigo Torres. De acordo com o “Açaí”, o outrora “Papagaio da Fronteira” se transformou num “periquito sem asas”. Já para Rodrigo o problema é o “preparo físico”. “Os caras só aguentam um tempo, professor”, explicou o dono do site grandeárea.net.

Mas eu citei apenas sete das oito equipes que disputam a atual edição do certame acreano. Faltou citar o Náuas. Cito agora. Com sete pontos ganhos, fruto de um empate e duas vitórias, o time do Juruá parece viver uma espécie de limbo. Não sabe se briga para ficar entre os quatro primeiros ou se espera a turma do pelotão de baixo para engrossar o caldo.

Como desculpa há o fato de que o time rodou 700 quilômetros para fazer cada uma das sete partidas do primeiro turno, dado que o estádio de Cruzeiro do Sul não tinha os laudos em dias para abrigar jogos com torcida. Agora, porém, com os laudos prontos, o Náuas vai mandar os seus jogos em casa. Se o problema tiver sido mesmo esse, virão mais pontos por aí.

Então, como o futebol (assim como a vida) não pode parar, nesse fim de semana começa o segundo turno. Exceto uma ou outra pequena surpresa, o roteiro seguirá o seu curso normal, mais ou menos como as águas de um rio, que correm pelo seu leito até desaguar no mar. Ao final, só um levantará a taça. Isso faz parte do caráter intersubjetivo da fantasia!