Última do ano

Estamos a viver (me liberei momentaneamente do gerúndio, tão condenado, porém às vezes absolutamente necessário) os dias derradeiros de 2023. E assim, como na próxima semana o meu editor Manoel Façanha entra em recesso, esta é a última crônica deste ano de tanta confusão e calor.

Se eu fosse bom de profecias, usaria o espaço para dizer coisas como: “O Fluminense, tricolor mais lindo do planeta, vai ser campeão mundial lá nos campos da Ásia”. Ou então: “Os dois representantes do futebol acreano na Série D vão mudar de patamar em 2024”. Coisas assim, do meu desejo.

Como eu não nasci adivinho, muito menos fui batizado no rio Jordão, como aquele famoso Homem lá de Nazaré, em vez de um exercício de profecias, vou aproveitar esse meu latifúndio semanal para transcrever a escalação de um time que eu recebi por esses dias, via WhatsApp.

Goleiro: Mão de boneca de pano – Aquele que não segura nem bebê. Não pode dar uma criança pra ele que ele deixa escapar.

Lateral-direito: Caxumba – Aquele que quando desce é um perigo.

Zagueiro central: Sopa de Gesso – Mais duro do que salame de colônia. Não acompanha nem novela.

Quarto-zagueiro: IML – Só vai no corpo.

Lateral-esquerdo: Cão castrado – Jogador do tipo que não cruza mais.

Primeiro volante: Refrigerante de dois litros – Quando passa do meio, perde o gás.

Segundo volante: Caçamba – Só toca pra trás.

Terceiro volante: Jagunço – Aquele que mata, mas sempre em favor dos adversários.

Meia: Soldado de Guerra – Aquele que vai, mas nunca é possível garantir que ele vai voltar.

Primeiro atacante: Vitamina C – Aquele que não faz mal a ninguém.

Segundo atacante: Triatleta – Aquele que corre, pedala e nada.

Reserva para o meio campo: Camisinha – O cara que é ruim, que ninguém gosta, mas tem que colocar.

Não sei se existe algum time perdido nos cafundós do mundo que reúna doze atletas com essas “qualidades”. Mas sei que, se a gente olhar bem, dá pra encontrar um ou mais desses em várias equipes, até nas divisões de elite, seja do Brasil ou das melhores ligas árabes, europeias ou caribenhas.

É isso, criaturas queridas que acompanharam as minhas viagens literárias no ano que ora finda. Sigamos em frente. Hasta la vista, baby!

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